Basta um fato de alcance mundial acontecer para ele rapidamente parar nos cinemas. Com a crise financeira não é diferente. Enquanto o ator Ben Affleck é cotado para estrelar “The Company Men”, a respeito de um homem que é demitido e passa por problemas financeiros, a indústria cinematográfica da Índia, Bollywood, acaba de lançar “EMI” (sigla traduzida por Prestações Mensais Equacionadas), focado nas histórias de um pai que contrai empréstimos para pagar a escola dos filhos e de um DJ que gasta além da conta com a namorada.
Em outubro, antes de a crise tomar dimensões catastróficas, foi lançado, na Inglaterra, pela internet, o filme de quatro episódios “Crisis in the Credit System” (Crise no Sistema de Crédito, em português), de Melanie Gilligan, que mostra funcionários de um banco de investimentos em busca de estratégias para salvar a instituição em meio à falta de crédito. “Há 4 anos, percebi que a bolha global do débito era insustentável. Comecei a pensar no impacto que uma quebra teria, não apenas para os envolvidos com o mercado financeiro, mas para todos nós”, declarou Gilligan à agência de notícias norte-americana PRNewswire.
Segundo o jornal “The Hollywood Reporter”, o documentarista Michael Moore (famoso pelos filmes “Tiros em Columbine” e “Farenheit 11 de Setembro”) pegou carona no tema e prepara-se para lançar, em março de 2009, um novo filme a respeito da economia norte-americana e do caos mundial. Já a produtora Fox adiantou o lançamento da continuação de “Wall Street – Poder e Cobiça” (1987), estrelado por Michael Douglas, que agora deixará a prisão e voltará ao mercado financeiro.
Não se sabe como a crise atingirá a indústria cinematográfica. Há quem acredite que, enquanto os grandes estúdios parecem inabalados, os produtores independentes serão os mais afetados. Há ainda quem diga que as receitas com cinema podem até aumentar, uma vez que nos momentos de aperto financeiro as pessoas escolhem opções mais baratas de lazer. O fato é que o cinema sempre se valeu das crises para criar grandes filmes, caso de “Tempos Modernos” (1936), dirigido por Charles Chaplin e que mostra diferenças entre pobres e ricos após a quebra da bolsa de valores em 1929, e “As Vinhas da Ira” (1940), de John Ford, que utiliza trabalhadores rurais para retratar a miséria norte-americana no
mesmo período. (G.B.)
FolUni