O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato do PT à reeleição, participou na manhã deste domingo de comício em Osasco, na grande São Paulo. Em seu discurso, Lula voltou a condenar o preconceito contra os nordestinos e ignorou a presença do deputado federal petista João Paulo Cunha.
João Paulo foi um dos integrantes do PT acusado de envolvimento com o “mensalão”, mas acabou absolvido pelo plenário da Câmara. Lula não mencionou o deputado paulista em seu discurso e, quando o público começou a gritar o nome de João Paulo, brincou dizendo que “se tivesse tanta gente assim gritando o meu nome eu já estaria eleito”. O deputado chegou a subir no palanque, mas ficou parado atrás de outros parlamentares.
Lula também aproveitou o comício para alfinetar adversários. Afirmou que nunca respondeu a ofensas e provocações, mesmo quando foi ameaçado de apanhar de um senador. Ele estava se referindo ao senador Arthur Virgílio (PSDB-AM), que, durante a crise do “mensalão”, ameaçou dar uma surra no presidente. “O senador, que um dia disse que ia me bater, hoje é candidato ao governo do Amazonas e tem somente 3% das intenções de voto enquanto eu estou com 72% na disputa pela Presidência”, ironizou Lula.
Segundo o presidente, o povo está muito “sabido” e, por isso, não precisará atacar os adversários durante a campanha. “O povo sabe distinguir quando é verdade ou mentira.” Lula afirmou ainda que seus adversários podem dizer e denunciar o que quiserem na televisão, que ele não precisará mover “uma palha”.
Além do presidente Lula, o ato reuniu lideranças petistas como o presidente do partido, Ricardo Berzoini, o senador e candidato ao governo paulista, Aloizio Mercadante, o senador Eduardo Suplicy, os ministros Tarso Genro (Relações Institucionais) e Orlando Silva (Esportes), e a ex-prefeita de São Paulo, Marta Suplicy.
Preconceito
Lula também voltou a invocar o preconceito contra nordestinos e migrantes neste domingo. Ele usou a declaração de Serra de que o problema da educação em São Paulo estava ligado à migração para criticar os tucanos em geral. Segundo Lula, o preconceito é uma doença e ele não pode admitir que alguém “vá em um programa de televisão e possa vomitar preconceito contra o povo nordestino”.
Educação
O presidente voltou a criticar indiretamente o PSDB ao dizer que “é melhor investir em educação do que construir Febem como foi feito em São Paulo”. Lula afirmou que, só em Osasco, 1,7 mil estudantes ganharam bolsas do ProUni. Ele ainda lembrou que mais de seis mil crianças do município participam do programa Segundo Tempo, do Ministério dos Esportes.
Sobre a qualidade de ensino, Lula criticou o fato do governo paulista ter se recusado a participar da Prova Brasil, avaliação do Ministério da Educação sobre qualidade de ensino. Lula ainda lamentou que, apesar de ser o Estado mais rico do país, São Paulo tenha ficado apenas em oitavo lugar no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).