A crise econômica internacional afetou a produção industrial brasileira em agosto, com a diminuição da demanda interna e a redução dos pedidos de exportação. Segundo a pesquisa PMI (Índice Gerentes de Compras), desenvolvida pela Markit Economics e divulgada nesta segunda-feira pelo Banco Real, o desempenho do setor industrial registrou índice de 51,1 pontos, o mais baixo em dois anos, contra 53,5 pontos verificados em julho.
“Ambos os principais componentes do PMI –produção e novos pedidos– cresceram, mas por taxas bem mais lentas que as registradas no início do ano. Do mesmo modo, o crescimento do emprego desacelerou-se visivelmente em relação ao mês anterior”, informa o relatório do levantamento feito com executivos de 450 empresas.
A leitura do PMI abaixo de 50 indica queda na economia industrial, acima de 50, expansão, e equivalente a 50, ausência de mudanças. Quanto maior for a diferença do valor de 50, maior será a taxa de mudança assinalada pelo índice.
O índice de novos pedidos atingiu 50,5 em agosto contra 53,4 no mês anterior. “As respostas da pesquisa indicaram que, embora as condições de demanda no mercado interno tenham permanecido relativamente favoráveis, a desaceleração da economia mundial causou a queda da demanda externa”.
Pelo segundo mês consecutivo, o índice de novos pedidos para exportação registrou queda, atingindo 46,4 pontos em agosto, contra 47,8 no mês anterior e 48,8 em junho. “Os novos pedidos de exportação continuaram a cair em agosto, com a taxa de contração acelerando-se para o seu ponto mais rápido em um ano e meio. De um modo geral, os respondentes culparam o dólar americano pela queda mais recente”, diz a pesquisa.
A redução dos pedidos no mercado interno e externo refletiu no índice de contratação na indústria, que ficou em 51,3 em agosto, contra 54,5 no mês anterior. “As evidências da pesquisa indicam que os funcionários foram contratados em sintonia com as exigências de processamento de novos pedidos e para completar contratos existentes”.
O índice de preço de bens finais, sazonalmente ajustado, caiu para 54,4 pontos em agosto 58,9 (abaixo dos 58,9 de julho). Segundo o relatório, os fabricantes brasileiros aumentaram seus preços pela taxa mais fraca em quatro meses em agosto, devido aos custos mais altos de insumos.
Insumos
O índice de preço de insumos atingiu 65,4 pontos em agosto contra 72,9 registrados em julho, que foi o recorde de alta nas séries. “A inflação de preço de insumos desacelerou-se acentuadamente em agosto em relação à alta recorde das séries no mês anterior, mas permaneceu intensa mesmo assim”, afirma a pesquisa.
Os estoques de insumos aumentaram no mês passado em comparação com julho, ficando com 50 pontos em agosto, contra 49,6 no mês anterior.
F.OnLine