Morreram ao menos 150 das 172 pessoas que estavam a bordo do avião da Spanair que sofreu um acidente por volta das 15h desta quarta-feira (10h em Brasília) no aeroporto de Barajas, em Madri.
Segundo a rádio do governo, a RNE (Rádio Nacional Espanhola), já estão confirmados o encontro de 152 mortos. Conforme a agência de notícias Associated Press, são 151. Os jornais “El País” e “El Mundo” também contabilizam “mais de 150 mortos”.
Arte/Folha Online
Em relação ao número de feridos, a agência Reuters e o “El País” informam que o prefeito de Madri, Alberto Ruiz Gallardon, confirmou que 28 foram socorridos com vida. Destes, segundo a Associated Press, 80% estão em estado grave. Segundo o “El Mundo”, os feridos somam 27 porque uma menina de dois anos morreu a caminho do hospital.
Entre as pessoas que estavam no avião havia 162 passageiros, seis tripulantes em serviço e quatro em trânsito. O número foi corrigido. Inicialmente, a empresa aérea tinha dito que eram 173. Segundo os espanhóis “El País” e “El Mundo”, mais duas crianças estavam a bordo, mas não foram contabilizadas –a empresa aérea nega.
Envie seu relato a respeito do acidente em Madri
Maior acidente ocorrido na Espanha matou 587
Segunda maior do país, Spanair passa por crise
Veja outros acidentes que ocorreram em Barajas
Em nota, a Spanair confirmou que o avião realizava o vôo JK5022, de Madri a Las Palmas, e era modelo MD-82. O vôo compartilhava o código LH 255, da companhia Lufthansa.
O Itamaraty não sabe se havia brasileiros a bordo.
Para atender familiares e amigos de possíveis vítimas, a Spanair abriu um número de telefone: 00 34 800 400 200.
Fogo
Não há confirmação sobre as circunstâncias do acidente mas, conforme testemunhas ouvidas pelo “El País”, o motor esquerdo pegou fogo durante o procedimento de decolagem. O piloto, então, teria realizado o pouso emergencial. Testemunhas também disseram que a aeronave ficou partida ao meio.
Juan Medina/Reuters
Helicóptero e carros de emergência trabalharam para conter fogo após acidente com avião de Spanair, no aeroporto de Barajas
Há suspeitas de que a aeronave tenha tido falhas antes de decolar, uma vez que sua saída estava marcada, originalmente, para as 13h –ou seja, a decolagem ocorria com cerca de duas horas de atraso.
Uma grande nuvem de fumaça cobre o terminal. O fogo foi dado controlado por volta das 17h, ainda conforme a imprensa espanhola.
O acidente aconteceu na pista 36 do Terminal 4, a mais afastada do aeroporto, conhecida como “ilha”, conforme o “El País”. Os acessos à área foram bloqueados pela Guarda Civil. Equipes de resgate também organizaram corredores para facilitar a retirada de feridos.
Investigações
De acordo com informações da agência de notícias Efe, as caixas-pretas do avião já foram recuperadas, e um juiz de Madri já determinou o início imediato de uma investigação sobre as causas do acidente. Fontes judiciais da agência informaram que o juiz foi ao aeroporto com uma comissão para dar início ao registro dos mortos.
Conforme a agência, uma equipe de quatro especialistas da americana NTSB (Conselho Nacional de Segurança em Transporte, em inglês) viaja nesta noite para a Espanha para colaborar com as investigações.
Barajas
O aeroporto de Barajas é tão extenso que possui linhas de ônibus, trem e esteiras rolantes para o deslocamento de passageiros. Somente no ano passado, ele recebeu 52 milhões de passageiros. Para efeito de comparação, o aeroporto de Cumbica, em Guarulhos (Grande São Paulo), recebeu cerca de 18 milhões e o de Congonhas (zona sul de São Paulo), cerca de 15 milhões, no mesmo período.
O Terminal 4, onde o acidente teria ocorrido, foi inaugurado no mês de fevereiro de 2006, quando foi realizada uma ampla reforma com um projeto dos arquitetos Antonio Lamela e Richard Rogers.
F.Online