domingo, 24/11/2024
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Ucrânia ameaça proibir retorno de navios russos; Putin fala em genocídio na Ossétia do Sul

A Ucrânia ameaçou neste domingo proibir o retorno dos navios da frota russa do mar Negro mobilizados contra a Geórgia. Navios de guerra russos impuseram um bloqueio naval para impedir a entrada de armas e de outros meios militares na Geórgia durante o conflito entre os dois países pela região separatista da Ossétia do Sul.

Segundo declaração do Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia, a Marinha do país impedirá o retorno ao porto de Sebastopol, no sul de Criméia, dos navios da frota russa. “A parte ucraniana reconhece o direito, de acordo com as normas do direito internacional e da legislação ucraniana, de proibir o retorno ao território da Ucrânia até o fim do conflito de navios que podem participar nas operações militares”, informa o ministério.

A Ucrânia é acusada pela rússia de armar a Geórgia, aliada dos Estados Unidos na região do Cáucaso. Entenda as causas do conflito.

Após três dias de intensos combates, as tropas georgianas se retiraram de quase todo o território da república separatista da Ossétia do Sul. Segundo o ministro de Reintegração da Geórgia, Temur Yakobashvili, a medida tem por objetivo permitir o resgate das vítimas e fazer com que a Rússia diminua a ofensiva.

O secretário do Conselho Nacional de Segurança da Geórgia, Alexander Lomaya, afirmou que as tropas do país síram “de praticamente toda Ossétia do Sul, como mostra de nossa boa vontade para deter o enfrentamento militar”.

Putin

O primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, qualificou hoje de genocídio as ações dos militares georgianos na Ossétia do Sul, enquanto os dissidentes russos pedem uma condenação internacional da agressão da Rússia contra a Geórgia.

Em reunião com o presidente da Rússia, Dmitri Medvedev, Putin contou sobre os relatos de horror que escutou dos refugiados da Ossétia do Sul em sua viagem à república região. O conflito começou o conflito na quarta-feira passada (6) após uma operação para retomar o território da Ossétia do Sul.

Ao menos 2.000 pessoas morreram nos intensos combates e cerca de 34 mil já deixaram a Ossétia do Sul. O governo de Tblisi pediu apoio à ONU para encerrar a disputa.

Medvedev disse que ordenará à Promotoria documentar os “crimes cometidos contra a população civil na Ossétia do Sul”.

Cessar-fogo

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, fez um apelo neste sábado pelo fim imediato das hostilidades na Geórgia e pela negociação de uma solução para o conflito na Ossétia do Sul. “O secretário-geral urge a todas as partes que parem imediatamente com as hostilidades e que se comprometam sem demora em negociações para alcançar uma solução pacífica”, informa um comunicado.

“O secretário-geral acredita que, para que este esforço tenha êxito, todos os contingentes armados sem a devida autorização (…) devem deixar a zona de conflito”, continua o documento.

Por falta de consenso, o Conselho de Segurança (CS) das Nações Unidas não conseguiu emitir uma declaração conjunta pelo cessar-fogo na Geórgia neste sábado e alertou sobre a extensão do conflito para fora da região separatista da Ossétia do Sul. Esta foi a terceira tentativa, em menos de 48 horas, do principal órgão da ONU de chegar a uma resolução para o confronto entre Rússia e Geórgia.

Considerada uma importante rota de transporte de petróleo e gás natural na fronteira russa, a Ossétia do Sul autoproclamou independência da Geórgia em 1992, após a queda da União Soviética. O território conta com o apoio de Moscou para a separação –inclusive por abrigar muitos cidadãos russos–, mas a Geórgia não reconhece a independência.

Os episódios recentes causam temor na região graças às ameaças de reativar o conflito que deixou 2.000 mortos entre 1990 e 1992.

F.Online

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Parmenas Alt
Parmenas Alt
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