O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a soberania brasileira sobre o território da Amazônia e disse que o Brasil vai começar a “falar grosso” com outros países sobre a região. Lula defendeu ainda que os países assumam as responsabilidades do Protocolo de Kyoto de acordo com o histórico de poluição de cada um.
“O Brasil certamente assumirá todas as responsabilidades de preservação da Amazônia, porque queremos assumir a soberania do nosso território. Tem muita gente lá fora que fala da Amazônia como se fosse dono dela. Temos consciência do que a Amazônia representa para a humanidade e para o Brasil e que destruí-la será um instrumento contra o nosso país e os nossos produtos”, afirmou.
O presidente participou hoje, na sede do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) no Rio de Janeiro, de cerimônia para criação do Fundo da Amazônia e assinou mensagem executiva para a criação de um fundo nacional sobre mudança no clima.
O Fundo Amazônia, que captará recursos para ações de combate ao desmatamento e de preservação da floresta, tem potencial para receber mais de US$ 21 bilhões até 2021, segundo estimativa do BNDES, que será o gestor do fundo.
Em discurso de 14 minutos, o presidente atacou os Estados Unidos e responsabilizou o país pelas maiores emissões de gases poluentes.
“O Protocolo de Kyoto já está assinado há muito tempo e tem país que tenta dar lição para o Brasil mas que se quer assinou o protocolo”, disse Lula. O protocolo estabelece várias ferramentas para reduzir as emissões dos seis gases que causam o efeito estufa.
Lula defendeu ainda a responsabilização dos países que historicamente mais poluíram o planeta e defendeu um processo de “reparação de danos”.
O ministro Carlos Minc (Meio Ambiente), que chamou Lula de eco-presidente, disse que a criação do Fundo do Amazônia e do Protocolo Verde vão transformar o superávit fiscal em ambiental no Brasil.
Durante a cerimônia, os presidentes dos bancos do Brasil, da Amazônia, do Nordeste e do BNDES, além da Caixa Econômica Federal, assinaram documento que se comprometem a revisar e retomar medidas estabelecidas do chamado Protocolo Verde criado em 1995.
LUISA BELCHIOR
Folha Online