Esta semana, o político anunciou que doará US$ 125 milhões de sua fortuna pessoal para combater o tabagismo, um objetivo para o qual, segundo o jornal “New York Post”, a OMS tem um orçamento bienal de “apenas” US$ 29 milhões.
O gesto foi bem recebido pela própria OMS. O diretor-geral da organização, o médico Anders Nordstrom, elogiou a contribuição, que “ajudará a dar fim à epidemia do tabaco, e salvará milhões de vidas”.
A doação se destinará a ajudar as pessoas a largarem o hábito do fumo, assim como a prevenir que jovens de todo o mundo adquiram este hábito.
“O tabaco mata, a cada ano, cinco milhões de pessoas no mundo. Se não tomarmos medidas urgentes, centenas de milhões morrerão neste século”, disse Bloomberg, ex-fumante assumido.
Desde sua chegada à prefeitura, em 2001, Bloomberg fez da luta contra o tabaco uma das prioridades de seu mandato.
Em 2003, promulgou uma pioneira “lei antitabaco” que causou polêmica entre os fumantes nova-iorquinos, que foram proibidos de fumar nos bares e discotecas, únicos estabelecimentos públicos nos quais ainda podiam fazê-lo.
“Há quatro anos, quando começamos nossa campanha, não havia nenhum país com políticas semelhantes às de nosso estado. Agora elas já foram aplicadas em doze estados e outros doze países”, disse o prefeito.
A julgar pelos resultados publicados, parece que a iniciativa tem obtido êxito.
“O número de fumantes na cidade diminui em 200 mil, com uma especial queda entre os adolescentes”, afirma Bloomberg.
Com sua doação, o prefeito nova-iorquino se transforma no primeiro multimilionário americano dedicado à filantropia que enfrenta de maneira direta o tabaco, que diz ser “um dos maiores assassinos do mundo”.
Antigo corretor de Wall Street, Bloomberg é dono do serviço financeiro que leva seu nome e possui uma fortuna pessoal calculada em US$ 5,1 bilhões, a maior entre os políticos dos EUA em atividade.
Após conseguir sucesso no mundo empresarial, Bloomberg decidiu entrar para a política. Para isso, não titubeou em abandonar o partido Democrata em 2001 e se candidatar às eleições municipais desse ano pelo partido Republicano, que procurava um candidato forte.
Desde então, a sorte não deixou de sorrir para ele, tanto no campo das finanças como no político.
Em sua última edição, a revista Forbes o colocou em 40º lugar na lista dos americanos mais ricos. Em 2005 seu mandato foi renovado com uma votação recorde; recebeu dois terços dos votos, derrotando o rival democrata, o porto-riquenho Fredy Ferrer.
Essa fulgurante trajetória talvez se deva ao fato de que Bloomberg soube, em sua gestão municipal, conciliar seu antigo espírito financeiro com suas novas atribuições.
O prefeito nova-iorquino costuma doar centenas de milhões de dólares a entidades beneficentes, e por isso recebe em troca grandes deduções fiscais.
Desde o início de seu mandato, Bloomberg decidiu alterar o milionário salário que receberia como prefeito de Nova York pela simbólica quantia de US$ 1 por ano.