A agricultura familiar é destaque no plano de governo dos candidatos ao governo do Estado de Mato Grosso. Para a candidata do PT, senadora Serys Marly, o pequeno produtor pode se transformar em uma alternativa para a diversificação da economia do Estado. Já para o candidato do PSDB, senador Antero Paes de Barros, a agricultura familiar carece de incentivos. Já o governador Blairo Maggi (PPS), que disputa a reeleição, afirma que vem dando um tratamento especial ao setor ao longo de sua gestão e que vai dar continuidade ao trabalho se for reeleito.
O candidato do PPS destacou que a criação de uma subsecretaria para cuidar da agricultura familiar em seu governo proporcionou a atenção devida ao segmento. “Durante esses quatro anos o Jilson [Francisco da Silva] ficou de secretário-adjunto na área da agricultura familiar e ele teve toda a liberdade de trabalhar os projetos dentro da agricultura familiar”, frisou o candidato à reeleição.
Porém, para o candidato tucano, Antero Paes de Barros, adversário de Maggi desde as eleições de 2002, o que falta à agricultura familiar é justamente atenção. “Agricultura familiar não é sinônimo de pobreza, mas de desamparo. 60% da produção nacional de produtos básicos vêm da agricultura familiar, que corresponde a 80% do número de estabelecimentos agrícolas no país, segundo pesquisa da Embrapa”, destacou.
O candidato afirma que o seu programa de governo estabelece incentivo à produção na cadeia da olericultura, da fruticultura e da horticultura com o intuito de abastecer o mercado estadual, que hoje importa produtos dessas cadeias. “Seremos um fomentador de informações para o pequeno produtor que não tem acesso a grandes consultorias e a novas tecnologias”, acrescentou.
Para a terceira candidata de maior densidade eleitoral de acordo com as pesquisas de opinião pública, Serys Marly (PT), não só deve ser valorizada como segmento, mas como uma das possibilidades de diversificar a economia do Estado. “Organizada, com selo de qualidade etc, tem condições de fazer a produção para a exportação também”, garantiu.
A reforma agrária também foi defendida pelos candidatos, porém cada um com suas ressalvas. Para Blairo Maggi, existe terra para todo mundo. “Não é preciso brigar por terra”, disse. No entanto, o candidato destaca que só a terra não resolve o problema, é necessário também crédito, informações e assistência técnica.
Antero Paes de Barros afirmou que a reforma é necessária, mas que o modelo posto no Brasil é equivocado, pois é baseado somente na distribuição de terra. O candidato criticou as ações do Movimento dos Sem Terra (MST) e afirmou que ele se tornou um movimento político clandestino.
Para a candidata petista, a reforma agrária é urgente. Crítica feroz do governador Blairo Maggi, Serys alfinetou as ações da atual administração e afirmou que melhor distribuição de renda passa pela realização da reforma agrária.
