O diretor-geral de Justiça de Mônaco, Philippe Narmino, solicitou ao governo brasileiro informações sobre como se dará o retorno do ex-banqueiro Salvatore Cacciola ao Brasil.
Leia íntegra da versão em português do comunicado de Narmino ao Ministério da Justiça.
O ministro da Justiça, Tarso Genro, recebeu na manhã desta sexta-feira a confirmação de que o chefe do Poder Executivo de Mônaco, príncipe Albert 2º, concordou com a extradição de Cacciola.
A Corte de Apelações de Mônaco já havia aceito o pedido de extradição do ex-banqueiro feito pelo governo brasileiro, mas faltava a decisão final do príncipe. O último recurso de Cacciola foi recusado na semana passada pela Corte de Mônaco.
Foragido do Brasil desde 2000, o ex-banqueiro foi preso pela Interpol em Mônaco em 15 de setembro do ano passado. Desde então, o governo federal vinha tentando a extradição dele para o Brasil.
Caso
O banco Marka quebrou com a desvalorização cambial de 1999. Mas contrariando o que ocorria no mercado, o Marka e o banco FonteCindam assumiram compromissos em dólar.
O banco de Cacciola, por exemplo, investiu na estabilidade do real e tinha 20 vezes seu patrimônio líquido comprometido em contratos de venda no mercado futuro de dólar.
O BC socorreu as duas instituições, vendendo dólares com cotação abaixo do mercado, tentando evitar que quebrassem. A justificativa para a ajuda oficial às duas instituições foi a possibilidade de a quebra provocar uma “crise sistêmica” no mercado financeiro.
Em 2005, a juíza Ana Paula Vieira de Carvalho, da 6ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, condenou Salvatore Cacciola, à revelia, a 13 anos de prisão.
O então presidente do BC, Francisco Lopes, recebeu pena de dez anos em regime fechado e a diretora de Fiscalização do BC, Tereza Grossi, pegou seis anos. Os dois recorreram e respondem ao processo em liberdade.
Em 18 de setembro do ano passado, a juíza federal Simone Schreiber, da 5ª Vara Federal Criminal do Rio, determinou a prisão preventiva do ex-banqueiro. Na sentença, concedida a pedido do Ministério Público Federal, a juíza determina não só a expedição do mandado de prisão contra Cacciola, como manda informar o Ministério da Justiça do interesse na extradição do ex-banqueiro para o Brasil.
F.Online