Em entrevista publicada hoje pelo jornal “Corriere della Sera”, o cantor, que completará 71 anos no dia 12 de outubro, diz que foi um homem “afortunado e feliz até os 65 anos”.
“Depois veio este revés. E agora estou pagando o preço daquela sorte e felicidade. Mas encontro forças em minha infância, que foi pobre e feliz, e vejo as coisas com serenidade”, afirma.
O tenor foi operado no início de julho em um hospital de Nova York para a retirada de um tumor maligno no pâncreas após ele ter sofrido nos meses anteriores diversos problemas de saúde.
“Mas sou e serei otimista até a morte. Tenho aprendido isso com meus familiares, com meu pai e com minha mãe que se foram há quatro anos, com quatro meses de diferença um do outro”, diz Pavarotti.
“A aliança entre os “três tenores”, apesar da doença, não se dissolveu. Plácido Domingo veio me ver algumas vezes, José Carreras me liga (…). Foi uma bela grande temporada”, diz, em referência ao sucesso que, a partir de 1990, levou o artista ao estrelato com os dois espanhóis.
No entanto, Pavarotti acrescenta que, nas condições atuais, prefere não se ouvir mais em nenhuma gravação.
“Se você me convidasse para jantar e, para me agradar, colocasse uma gravação minha antiga, o deixaria sozinho imediatamente”, avisa. “Se você quiser que eu fique, coloque a voz de Plácido (Domingo)”.