O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, sancionou nesta segunda-feira uma lei que destina US$ 162 bilhões (R$ 260 bilhões) para pagar despesas das guerras no Iraque e no Afeganistão e que também inclui uma verba para a Iniciativa Mérida, contra o narcotráfico.
Além dos US$ 162 bilhões para as guerras, que cobrirão despesas dos dois conflitos até a chegada do próximo presidente à Casa Branca, a medida orçamentária também destina US$ 465 milhões (R$ 747 milhões) à Iniciativa Mérida para lutar contra o narcotráfico e a violência no México e na América Central.
Em declarações à imprensa, Bush afirmou que “a melhor maneira para demonstrar o apoio (às Forças Armadas) é dar a elas os recursos que necessitam para fazer seu trabalho e vencer”. “A lei que assino hoje faz exatamente isso”, completou Bush.
“Agradeço o fato de republicanos e democratas no Congresso terem se mostrado de acordo para fornecer esses fundos vitais sem atar as mãos de nossos comandantes, e sem uma data oficial de retirada do Iraque”, acrescentou o presidente norte-americano.
A aprovação da iniciativa, segundo Bush, demonstra que “até em ano eleitoral, republicanos e democratas podem se unir para apoiar soldados e suas famílias”.
Sobre a Iniciativa Mérida, Bush expressou sua satisfação com a medida porque ela inclui os fundos para o que considerou “prioridade nacional básica”.
A lei aprovada hoje também inclui US$ 2,7 bilhões para atenuar os danos causados pelas inundações na região central dos EUA nas últimas semanas.
Com os novos fundos aprovados, o gasto americano no conflito no Iraque sobe para cerca de US$ 650 bilhões em cinco anos, enquanto as operações no Afeganistão sobem para US$ 200 bilhões em quase sete anos.
Aprovação
Na noite da última quinta-feira (26), o Senado dos EUA aprovou o orçamento de compromisso que libera até US$ 162 bilhões para as guerras no Iraque e no Afeganistão, última etapa legislativa antes da ratificação final de Bush.
Uma semana antes, a Câmara de Representantes (deputados) havia aprovado os fundos pedidos pela Casa Branca para as operações militares nos dois países. Ao aprovar o pedido, os legisladores abandonaram toda tentativa de impor prazos para que o presidente Bush ordenasse a retirada das tropas de combate do Iraque.
“Esperamos que esta seja a última vez que se gaste um dólar sem restrições”, disse à época a democrata Nancy Pelosi, presidente da Câmara de Representantes e crítica da ocupação do Iraque.
Há aproximadamente um mês, a Câmara de Representantes havia aprovado outra versão do mesmo projeto, que incluía uma cláusula que ordenava o começo imediato da retirada das tropas do Iraque. No entanto, os legisladores democratas decidiram retirar a cláusula diante da oposição republicana e da ameaça de um veto do presidente Bush.