Equipes de salvamento não deram esperanças de resgate aos familiares dos mais de 700 desaparecidos que estavam na balsa que naufragou na costa das Filipinas no fim de semana, em meio as tempestades provocadas pelo tufão Fengshen. De acordo com as autoridades, até agora apenas 33 sobreviventes foram localizados – 28 deles, a maioria homens, conseguiram nadar até uma cidade costeira.
Nesta segunda-feira, 23, mergulhadores da marinha pretendem perfurar o casco da embarcação para tentar encontrar pessoas que estejam presas nos compartimentos de ar. Um navio da marinha americana também vai ajudar nas operações de resgate. “Estamos trabalhando com a possibilidade de encontrar alguém vivo, mas não podemos garantir nada”, disse o chefe da Guarda Costeira Wilfredo Tamayo.
Segundo a BBC, a balsa Princesa das Estrelas deixou Manila na sexta-feira com mais de 800 pessoas a bordo e, de acordo com a empresa que a administra, controladores perderam contato com a embarcação por volta das 13h de sábado (horário local, 7h30 de Brasília).
Na cidade central de Cebu, onde a balsa deveria aportar, dezenas de parentes dos desaparecidos aguardavam por notícias no pequeno terminal. “A última vez que soube de meu filho foi na sexta-feira à tarde, quando a balsa deixou Manila. Ele enviou uma mensagem pelo celular dizendo que estava voltando para casa”, disse Celecia Tudtud. “Espero que ele esteja bem”, acrescentou, enxugando as lágrimas.
Os primeiros quatros sobreviventes resgatados contaram à mídia local sobre os momentos que antecederam o acidente. Renato Lanorio disse que estava no deck superior da embarcação quando uma funcionária pediu aos passageiros que colocassem coletes salva-vida, por volta das 11h30. “Meia hora depois o barco começou a inclinar”, disse ele.
A presidente das Filipinas, Gloria Arroyo, pediu explicações à guarda costeira sobre porquê o barco foi autorizado a viajar apesar dos alertas do tufão. “Por que vocês permitiram que o barco saísse e por que não lançaram um alerta maior? Eu quero respostas”, disse a presidente para autoridades da Guarda Costeira e da Defesa Civil durante uma coletiva de imprensa.
Estragos
A Cruz Vermelha estima que pelo menos 160 pessoas tenham morrido nos últimos dias em todo país por causa de enchentes e deslizamentos provocados pelo tufão. Com ventos de 120 quilômetros por hora, o tufão se aproximou na madrugada do domingo da capital, Manila, onde arrancou árvores e provocou a interrupção do fornecimento de eletricidade.
A região mais afetada pelo tufão foi a província de Iloilo, cerca de 500 quilômetros ao sul da capital. A tempestade continua a provocar fortes chuvas ao longo da zona central e noroeste do país, com muitas áreas sem energia elétrica e outros serviços interrompidos. Viagens de barco foram suspensas e vôos foram cancelados.
As Filipinas são um dos países mais atingidos por tufões no mundo, com uma média de mais de 20 a cada ano.