O principal objetivo para a realização de investimentos industriais em 2008 é a expansão da capacidade de produção. É o que revela a pesquisa Quesitos Especiais da Sondagem Conjuntural da Indústria de Transformação, referente ao período de abril e maio deste ano, divulgada nesta quarta-feira, 18, pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). De acordo com o levantamento, o aumento da capacidade foi citado por 56% do total de 845 empresas consultadas, a maior freqüência relativa da série histórica reconstituída a partir de 1998.
De acordo com análise da FGV, esta opção de resposta vem sendo apontada com maior freqüência nos anos em que a indústria também prevê maiores taxas de investimento na expansão da capacidade produtiva – o que foi registrado em pesquisa realizada pela FGV no primeiro bimestre deste ano. “O resultado de agora sinaliza, portanto, a sustentação das intenções de realização de investimento ao longo de 2008”, esclarece a fundação, em comunicado.
Segundo a FGV, o segundo motivo para a realização de investimentos em 2008 apontado entre as empresas entrevistadas foi o aumento da eficiência produtiva, lembrada por 28% das empresas – o mais baixo porcentual desde 2005 (26%). Também foi citada como motivo de realização de investimentos a substituição de máquinas e/ou equipamentos, lembrada como principal objetivo por 11% das empresas (sendo que esse porcentual era de 16% em igual período em 2007).
A fundação esclareceu ainda que a proporção de empresas que dizem estar sem programa de investimentos atingiu o patamar mais baixo da série: 5% do total. Esse levantamento é feito com regularidade pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), que realiza um “corte” especial nos dados da Sondagem da Indústria, sobre um tema específico. As entrevistas ocorreram entre 3 de abril e 30 de maio deste ano.
Demanda
A maioria das empresas não teme esgotamento da capacidade devido ao atual cenário de forte demanda interna, segundo a pesquisa. De acordo com o levantamento, 73% do total das pesquisadas não acreditam em esgotamento da capacidade. Já 27% delas citaram a possibilidade de não atender a todas as encomendas.
Ao detalhar as respostas das companhias que temem esgotamento da capacidade produtiva, a FGV esclareceu que, das empresas que vislumbram alguma possibilidade de não conseguir atender a todos os pedidos, 87% afirmam que o esgotamento se daria nos próximos 12 meses. “Entre as que não se preocupam com esta possibilidade, 56% afirmam que isso não ocorrerá porque elas estão investindo (ou investirão) na ampliação da capacidade produtiva”, informou a fundação.