quinta-feira, 21/11/2024
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Inflação sobe mais para população de baixa renda

Pressionada pela alta dos alimentos, a inflação no varejo para a população de baixa renda subiu 3,19% no primeiro quadrimestre do ano, acima da de igual período de 2007 (2,26%) e a mais forte em quatro anos. O Índice de Preços ao Consumidor – Classe 1 (IPC-C1), novo indicador da Fundação Getúlio Vargas (FGV), que acompanha o impacto da evolução de preços para famílias com renda de até 2,5 salários mínimos, subiu 0,97% só em abril.

Em março, a taxa já havia sido alta: 0,66%.

A inflação para os mais pobres foi mais intensa que a do índice mais abrangente, o IPC-Brasil. Usado para faixas de até 33 salários mínimos, o IPC-BR ficou em 0,72% em abril e 2,16% no primeiro quadrimestre.

A diferença entre o IPC-C1 e o IPC-BR decorre do grande avanço nos preços dos alimentos, que pesam mais no orçamento da camada mais pobre. A alimentação subiu 1,94% em abril e acumula alta de 6,27% no quadrimestre.

“As famílias mais pobres gastam muito mais com alimentos que as com renda maior. As compras com alimentos respondem por 40% do orçamento familiar das pessoas com renda menor”, explicou o economista da FGV André Braz. “Pelo peso grande no índice e pela elevação forte de preços, os alimentos foram responsáveis por quase 80% da inflação de abril medida pelo IPC-C1.”

O destaque absoluto foi a alta no preço do pão francês, de 14,22%. Foi a principal influência para a taxa elevada no acumulado do ano. Todos os principais destaques de alta no primeiro quadrimestre foram da alimentação. O óleo de soja subiu 32,31%, leite longa vida, 8,01%, e ovo de galinha, 8,45%.

Segundo Braz, o cenário de alta dos alimentos no varejo tem a ver com o setor atacadista, que conta com preços mais altos de itens agrícolas – como a soja e o trigo. “Esses produtos têm uma cadeia de derivados extensa, principalmente o trigo”, observou.

Para ele, a tendência no curto prazo é de aceleração do IPC-CI. A razão é que, em maio, os preços dos produtos que aumentaram em abril indicam que vão continuar subindo. “A maioria é de produtos da cesta básica, que pesam mais para a população de baixa renda”, afirmou. É o caso do macarrão, do pão francês, da carne moída e do leite longa vida.

Além disso, o economista lembrou que o impacto do aumento no preço do óleo diesel, recentemente anunciado pela Petrobrás, ainda não foi contabilizado na tarifa de ônibus urbano, que poderá subir.

A passagem de ônibus é um dos itens de maior peso na formação do IPC-CI. “Em maio do ano passado, o IPC-CI subiu apenas 0,07%. A chance de repetir uma taxa tão reduzida quanto essa este ano, no mês de maio, é muito pequena”, afirmou.

O resultado pressionado da taxa acumulada do ano também ajudou a puxar para cima o desempenho acumulado em 12 meses até abril, que teve alta de 6,84% – a mais intensa desde abril de 2005 nesse tipo de comparação. As informações são do O Estado de S. Paulo

FAgEst

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Parmenas Alt
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