quinta-feira, 07/11/2024
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Juristas querem o mesmo tratamento na entrada dos Espanhóis no Brasil

O Ministério Público Federal de Guarulhos entrou com uma ação civil pública pedindo que seja adotado o princípio da reciprocidade na entrada de espanhóis no País. O procurador Matheus Baraldi Magnani quer que a Justiça Federal determine que o os espanhóis passem pelas mesmas restrições ao chegar ao Brasil. Além disso, empresários e políticos articulam um boicote aos produtos da Espanha.

Ao justificar o pedido de reciprocidade, o procurador fala em “crescente investida discriminatória” por parte dos espanhóis e defende que esta é a solução para se recuperar o “brio” brasileiro. De acordo com o Consulado do Brasil em Madri, por dia cerca de 15 brasileiros são vetados pela imigração no Aeroporto de Barajas, principal porta de entrada para a Europa.

Em alguns aeroportos, como o de Salvador, espanhóis já têm enfrentado mais dificuldades para entrar no Brasil. E na última semana o governo espanhol emitiu um alerta sobre os riscos do turismo no Brasil. Além de informar sobre as restrições, alertou sobre favelas, estradas e problemas sanitários.

Boicote
Em meio à crise diplomática, além da reciprocidade, há até quem defenda boicote aos produtos e serviços de empresas espanholas. O deputado federal Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR) lançou a idéia na Câmara dos Deputados em discussão sobre o tema. “Aqui no Brasil, as empresas espanholas têm o maior lucro do mundo”, argumenta o deputado. No embalo das notícias sobre brasileiros barrados, alguns estabelecimentos já começam a adotar restrições. Em Brasília, o restaurante Stella Grill parou de servir vinhos e azeites em protesto.

Brasileira fica presa uma semana no aeroporto
A garçonete Janaína Agostinho, de 27 anos, foi vetada pela imigração ao chegar em Madri, e teve que esperar por uma semana detida no Aeroporto de Barajas para conseguir voar de volta para Natal, no Rio Grande do Norte. A mulher diz que sua documentação estava em dia e que, além do passaporte, havia levado dinheiro, comprovantes de reserva de hotel e passagem de volta, conforme exigido. Junto com outra brasileira, que não quis dar entrevistas, ela foi obrigada a aguardar no aeroporto porque não havia vôos para a cidade de onde tinha vindo.

“Normalmente, o máximo que eles deixavam lá eram três dias, mas disseram que no nosso caso tinha vôo apenas no domingo. Deveriam ter dado o direito de virmos para São Paulo ou Salvador”, disse a mulher assim que desembarcou em Natal, em entrevista a Anna Ruth Dantas, da “Tribuna do Norte”. No aeroporto, elas ficaram em uma sala apertada com homens e mulheres. “Só não tinham as celas, mas estávamos mesmo presas. Eu era vigiada como se fosse uma delinqüente. A viagem, que era para ser dos sonhos, virou pesadelo. Eu me senti humilhada”, completa.

A garçonete viajou para tentar ver o namorado, o espanhol Esteban Lupiáñez, que conheceu em Natal. Frustrada, diz que nunca mais quer voltar para a Espanha. “Ela não cometeu nenhum delito e ficou pior do que se estivesse presa. Ela deu meu telefone, disse que me conhecia, mas isso não adiantou de nada”, lamentou o namorado, em entrevista à imprensa espanhola.

F.Uni

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Parmenas Alt
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A estrada é longa e o tempo é curto. Não deixe de fazer nada que queira, mas tenha responsabilidade e maturidade para arcar com as consequências destas ações.
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