A Organização para Cooperação Econômica e Desenvolvimento (OCDE) reduziu acentuadamente sua previsão de crescimento para os Estados Unidos, reforçando temores de que a maior economia do mundo está caminhando para uma recessão. Em relatório divulgado nesta quinta-feira, 20, a OCDE estima que o PIB (Produto Interno Bruto) dos Estados Unidos crescerá apenas 0,1% no primeiro trimestre deste ano e que haverá um período de estagnação nos três meses seguintes. A previsão anterior, realizada em dezembro, era de um crescimento de 0,3% e 0,4% respectivamente nos primeiros meses de 2008.
“Ninguém pode dizer com certeza se o resultado vai ser um pouco acima ou um pouco abaixo de zero, mas a questão é que isso não importa. Vai ser ruim de qualquer jeito”, disse o economista-chefe da OCDE, Jorgen Elmeskov, em entrevista à Reuters.
O OCDE está menos preocupada com a Europa, onde elevou ligeiramente a previsão para o PIB no primeiro trimestre e reduziu a projeção para o segundo (0,5% e 0,4%, respectivamente). “O céu não está desabando”, disse Elmeskov.
A organização, sediada em Paris, afirma que o crescimento dos países europeus provavelmente será menos afetado pela crise nos mercados financeiros ao redor do mundo causada pela crise de retração de crédito. O crescimento nos 15 países da chamada zona do euro para o primeiro trimestre do ano será de 0,5% e, no seguinte, 0,4%. A diferença em relação à previsão anterior é pequena (0,4% e 0,5% respectivamente).
Já a economia do Japão deverá crescer 0,3% no primeiro trimestre deste ano, segundo a projeção revisada da OCDE, e expandir 0,2% no segundo trimestre. A avaliação da organização só se refere aos primeiros dois trimestres do ano e a agência não ofereceu dados comparativos.
“Na área do euro, a desaceleração foi menos abrupta, mas o crescimento deverá permanecer potencialmente mais baixo durante algum tempo, apesar de as exportações aparentemente terem se mantido, até agora, diante da apreciação do euro”, disse o relatório.
A avaliação da OCDE é divulgada no dia em que diretores dos maiores bancos britânicos se reúnem com representantes do Banco da Inglaterra (banco central britânico) para discutir formas de estimular a confiança no sistema financeiro.