Nos anos anteriores, o orçamento foi votado a partir de acordo entre os líderes dos partidos. Sem diálogo entre oposição e governo, o acordo fica inviável.
“Levaremos a negociação para o plenário. Se o governo conseguir manter o quórum da sessão, podemos votar o orçamento ainda hoje”, avaliou Virgílio. Isto pode ser sinal de que a sessão será longa como a desta terça-feira, que terminou por volta das 3h desta quarta.
Outra exigência da oposição é o cumprimento do acordo fechado ontem para eliminação do Anexo de Metas e Prioridades, criado pelo relator do Orçamento, deputado José Pimentel (PT-CE), com emendas que somam R$ 354 milhões.
O Democratas, que havia decidido no início da tarde pela obstrução da votação em plenário, deve acompanhar o PSDB neste novo entendimento.
Segundo o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), a origem do problema com o governo está no excesso de medidas provisórias encaminhadas ao Congresso pelo Poder Executivo.
“Enquanto não houver ordem na tramitação das MPs, iremos obstruir os trabalhos no plenário das duas Casas e nas comissões”, disse Guerra. Para ele, é inadimissível que o governo retire uma MP da pauta por meio de outra MP, como fez na madrugada desta quarta. A estratégia foi usada para acelerar a votação da MP da TV Pública, terceira entre as propostas na pauta.
O PSDB também criticou a postura do presidente do Senado na sessão desta terça. Para o líder tucano na Casa, Garibaldi decidiu ser o presidente do governo e não do Senado. “O presidente do Senado deliberadamente caçou a voz da oposição e não dá mais para conviver com tantas MPs”, destacou Virgílio.