Em cadeia nacional de televisão, Correa informou que tinha ordenado a “mobilização de tropas” na fronteira com a Colômbia exigiu do Governo do presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, não só desculpas, mas “compromissos firmes e formais perante a comunidade internacional que garantam que não se repetirão estes fatos inaceitáveis”.
Correa dstacou que neste caso prevê chegar até as últimas conseqüências para fazer a soberania do país ser respeitada.
Para o chefe do Estado equatoriano, ficou demonstrado que, em suas explicações sobre o ataque, ocorrido ontem, o Ministério da Defesa da Colômbia, a Chancelaria do país e o próprio presidente Uribe, mais ainda, quando o informou do fato por telefone, estavam mentindo ao Equador e ao mundo.
“Esta é a mais grave e verificada agressão que o Governo do presidente Uribe ocasionou ao Equador. Não permitiremos que este fato fique na impunidade. Apelamos para a solidariedade da comunidade internacional e particularmente regional”, disse Correa.
O presidente disse que tinha falado com os presidentes da Argentina, Bolívia, Chile, Costa Rica, Cuba, Espanha, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela, “para compartilhar com eles a gravidade da situação”.
“Também solicitamos da mesma maneira, por meio de Governos amigos, a convocação do Mercosul”, disse Correa.
“O que ocorreu foi claramente uma ação deliberada dentro de nosso território, a qual atenta contra nossa soberania, os acordos bilaterais com a Colômbia e contra o direito internacional”, disse Correa, para quem as explicações dadas pelo Governo de Bogotá são “claramente uma farsa”.
Em seu discurso, Correa afirmou que “o território equatoriano foi bombardeado e ultrajado intencionalmente por parte de um Governo estrangeiro” com o ataque colombiano a um acampamento das Farc, no qual ficou morto o porta-voz internacional dessa Guerrilha.
Correa assegurou que os militares e autoridades do Governo equatoriano confirmaram “irrefutavelmente” no local, a três quilômetros da fronteira, que “Equador sofreu um ataque planejado aéreo e uma posterior incursão de tropas colombianas, com plena consciência que estavam violando nossa soberania”.
O Equador, segundo Correa, “conhece a gravidade do conflito interno colombiano” e manifestou sua “condenação às ações e métodos das Farc”. “Mas não aceitaremos que, a pretexto do combate ao que eles chamam terrorismo, sejam implantadas doutrinas e práticas inaceitáveis de desrespeito à soberania dos estados”, acrescentou.
“Não há justificativa alguma para uma ação militar estrangeira em nosso território independentemente do motivo”, disse Correa, que se mostrou seguro de que a Colômbia não aceitaria “uma ação similar de nossa parte”.
“O Direito Internacional exigia que nos informassem e que fosse a Polícia equatoriana que realizasse a captura, como já aconteceu em várias ocasiões, sempre com respeito absoluto aos direitos humanos”, acrescentou o governante.
U.S