quinta-feira, 21/11/2024
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Poluição sonora causa grandes danos para o corpo humano

Quem mora nas grandes cidades aprende a viver com os mais variados tipos de barulho: de carros, buzinas, sirenes de ambulância e de carros de bombeiros, motos, aviões, tiros e brinquedos eletrônicos.

“O ouvido humano suporta níveis de 80 a 85 decibéis. Quem ficar ouvindo sons entre 85 a 100 decibéis com freqüência, algo semelhante a um carro com escapamento aberto, pode começar a ter perdas”, explica Oswaldo Laércio Mendonça Cruz, professor livre docente em Otorrinolaringologia pela Universidade de São Paulo (USP), professor afiliado da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), professor da Sociedade Brasileira de Oftalmologia e otorrino do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

De acordo com o especialista, a exposição continuada a sons entre 100 a 120 decibéis pode levar a perda auditiva. Tanto que a legislação determina tampões de proteção. Acima de 120 decibéis (som de uma explosão, por exemplo) é provocado trauma acústico.

Mas além de conviver com a poluição sonora do dia-a-dia, há também quem goste de usar aparelhos como Ipod, Mp3, Mp4 e rádio acoplado ao celular. “Os jovens utilizam aparelhos que são capazes de emitir sons a 100, 110 decibéis. Os próprios fabricantes estão alertando aos consumidores quanto aos possíveis danos na audição”, explica o médico.

Segundo Antônio Douglas Menon, otorrino do Hospital Sírio Libanês, da capital paulista, é preciso recomendar bom senso a essas pessoas. “Depois de ficar com o fone no ouvido durante uma hora, é preciso fazer uns 15 minutos de pausa”, diz. “Para saber se não está exagerando no volume, a pessoa precisa conseguir escutar perfeitamente alguém que esteja falando com ela”, sugere.

A mesma situação não acontece com profissionais como músicos e garçons. “Eles precisam tomar cuidado para não ter lesão auditiva. Os músicos, por exemplo, devem usar tampões pelo menos durante os ensaios. E quem já tem problemas auditivos não deve deixar de usá-los”, orienta Oswaldo Laércio Mendonça Cruz.

Perda da audição

Se não usadas corretamente, as novas tecnologias podem provocar perda auditiva a longo prazo. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 10% da população mundial tem algum tipo de deficiência auditiva. Em 2000, dados do IBGE mostravam que quase 6 milhões de pessoas declaravam-se portadoras de deficiência auditiva.

De acordo com Aníbal Arrais, otorrinolaringologista do Hospital Santa Paula (SP), a perda de audição se instala de forma lenta e progressiva e o ouvido sofre um processo de envelhecimento gradual. “Cerca de 30% das pessoas entre 65 e 75 anos sofrem de perda de audição. Quem sofre de presbiacusia sente dificuldade em compreender conversas com ruído ao fundo, percebe a fala das pessoas à sua volta como se fossem resmungos, tem mais facilidade de identificar vozes graves do que as agudas e de começar a sentir zumbidos”.

Segundo Arrais, como a perda de audição é gradual, a pessoa demora para admitir que está ficando surda. E os motivos que causam esse mal variam de hereditariedade, passando pelo efeito acumulativo da exposição repetida ao barulho até a ingestão de determinados medicamentos. “Pacientes que sofrem de doenças do coração, diabetes ou problemas circulatórios estão mais sujeitos a sofrer o comprometimento da audição”, explica o profissional.

No entanto, é possível reverter a doença. “A pessoa deve evitar sons altos no trabalho ou em casa, para minimizar o impacto do efeito acumulativo. Quem fica sujeito a ruídos como estampidos de armas de fogo, maquinário de serralheria e marcenaria, ou mesmo que trabalha em construção civil deve usar protetores regularmente”, diz o médico.

Efeitos

O barulho do dia-a-dia irrita, incomoda, mas não provoca danos aos órgãos de quem estiver com a saúde em dia. Mas, de acordo com Oswaldo Laércio Mendonça Cruz, se o indivíduo for hipertenso, estiver demasiadamente estressado, a poluição sonora pode acarretar danos ao corpo humano.

– Cérebro – Como a pressão intracraniana sobe, o indivíduo começa a sentir fortes dores de cabeça;
– Órgãos genitais – Passam a receber menos sangue. Enquanto a mulher perde o desejo sexual, o homem fica com dificuldade de ereção;
– Coração – passa a bater de forma descompassada. Aumentam os riscos de enfarte e derrame;
– Pulmões – Com a aceleração da respiração, os pulmões funcionam em velocidade máxima e o cansaço acaba sendo inevitável;
– Músculos – Ficam contraídos e começam a liberar substâncias inflamatórias;
– Aparelho digestivo – O estômago produz altas escalas de suco gástrico, provocando úlcera e gastrite. O intestino também deixa de funcionar corretamente.

U.Seg

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Parmenas Alt
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