domingo, 24/11/2024
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Farc: protesto será realizado em 131 cidades do mundo

Uma manifestação internacional sob o lema “Não às Farc” (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) tomará as ruas de 131 cidades de todo o mundo nesta segunda-feira após uma convocação feita pela internet.

Um analista de sistemas da cidade colombiana de Barranquilla, Oscar Morales Guevara, lançou a campanha “Um milhão de vozes contra as Farc” no site de relacionamentos Facebook, conseguindo um feito inédito pela internet na Colômbia.

A cada dia, quinze novas pessoas aderiam ao grupo até ele crescer e alcançar 250 mil associados, viabilizando a organização do ato. Apesar de os organizadores rejeitarem qualquer politização da manifestação contra as Farc, a convocação não obteve a unanimidade buscada.

Ángela de Pérez, esposa de Luis Eladio Pérez, que junto com os ex-congressistas Gloria Polanco e Orlando Beltrán serão libertados pela guerrilha, confirmou que sua família não participará das passeatas, por considerarem os atos “polarizados” e “politizados”.

Enquanto os partidos Social de Unidade Nacional e o Conservador, ambos fiéis ao presidente Álvaro Uribe, e o Liberal, de oposição, anunciaram que participarão da passeata, o esquerdista Pólo Democrático Alternativo (PDA) preferiu convocar outra manifestação na Praça Bolívar.

O PDA se concentrará sob o lema “Pelo acordo humanitário: não à guerra, não ao seqüestro”, manifestação aderida por sindicatos, e porque o partido que se distanciar da passeata que, em sua opinião, “foi aderida, entre outros, pelos líderes do paramilitarismo e que foi absorvida” pelo Governo de Uribe.

De qualquer forma, diz, “o PDA não pode permitir que sua atitude seja interpretada como conivente com as Farc, com o seqüestro e com os crimes de guerra”. À manifestação se somaram, além de instituições do Estado, vários municípios e praticamente toda a imprensa.

O protesto também encontrou outros opositores, como a comunidade indígena paez, que ganhou em 2001 o Prêmio Equatorial do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). Segundo os indígenas, o ato foi convocado unicamente contra as Farc e não contra todos os atores do conflito armado interno e suas práticas criminosas.

Os parentes dos militares e policiais reféns dos insurgentes, da Associação Colombiana de Parentes de Policiais Retidos por Grupos Guerrilheiros (Asfamipaz), preferiram assistir a um ato litúrgico na Igreja do Voto Nacional, em Bogotá, em vez de participar do protesto, disse à Agência Efe sua porta-voz, Marlene Orjuela.

A Igreja Católica da Colômbia uniu-se ao protesto no dia 28 de janeiro com um comunicado da Conferência Episcopal no qual convocava “todos os colombianos a aderirem à mobilização nacional de 4 de fevereiro para expressar, pacificamente, sua rejeição total ao seqüestro e seu desejo de paz e de reconciliação”.

Espera-se que dezenas de milhares de manifestantes dos Estados Unidos, da União Européia (UE) e de muitos outros países se reúnam para condenar o “terrorismo” das Farc e exigirem a libertação dos reféns.

“Queremos que a comunidade internacional condene energicamente o terrorismo das Farc. É uma oportunidade para que todos, sem importar sua ideologia política, condenem as ações da guerrilha”, disse à Agência Efe a coordenadora da passeata em Washington, Laura Busche.

Também são esperadas manifestações na Espanha, onde o coordenador de Madri, Camilo Garavito, disse à Efe que as cidades de Barcelona, San Sebastián, Bilbao, Valencia, Oviedo, Salamanca e Las Palmas de Gran Canaria, entre outras, se unirão ao protesto.

O debate no Facebook se dá entre aqueles a favor de focalizar o protesto contra as Farc e os que defendem a generalização da passeata contra todo tipo de violência na Colômbia, tanto dos guerrilheiros como das Autodefesas Unidas da Colômbia (AUC) e do Exército de Libertação Nacional (ELN).

Diante desse impasse, os organizadores do protesto disseram em seu site (www.colombiasoyyo.com) que a mensagem é unicamente contra as Farc porque, se não for assim, a manifestação “perde seu sentido”. Além disso, o ELN “mantém diálogo com o Estado colombiano, as AUC foram desmanteladas e os grupos paramilitares que não se renderam são relativamente pequenos e não pretendem buscar legitimidade internacional”.

Em sua página na internet, os organizadores dizem que essa passeata é tanto para aqueles que preferem uma solução militar ao conflito como para os que desejam uma negociação, já que tanto um quanto o outro são unânimes quanto à rejeição da existência das Farc.

Os organizadores sabem que as Farc vão ignorar a manifestação e afirmam em seu site que não são tão ingênuos a ponto de pensar que apenas porque 1 milhão ou 40 milhões de colombianos sairão às ruas amanhã a guerrilha decidirá se desmobilizar e se render.

Contudo, consideram que “é importante que a comunidade internacional saiba que não apoiamos às Farc e não os consideramos nosso Exército do povo”.

EFE

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Parmenas Alt
Parmenas Alt
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