domingo, 24/11/2024
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Milhares de palestinos continuam a cruzar fronteira com o Egito

Milhares de palestinos continuaram, nesta quinta-feira, pelo segundo dia consecutivo, a cruzar a fronteira com o Egito para comprar mantimentos por causa da escassez de alimentos e combustíveis causada pelo bloqueio imposto por Israel à Faixa de Gaza.

Correspondentes na área dizem que o fluxo de pessoas chegando à cidade egípcia de Rafah parece ainda maior na quinta-feira do que foi no dia anterior, quando cerca de 50 mil palestinos passaram para o lado egípcio.

A maioria dos palestinos continua cruzando a pé, mas alguns vão de carro ou carroças para comprar comida, mantimentos ou buscar auxílio médico.

Segundo o correspondente da BBC em Rafah, a avenida principal da cidade parece ter se transformado em um grande mercado a céu aberto, com vários tipos de mercadorias sendo comercializadas, desde comida a combustíveis, cigarros e animais.

Egito

Vários outros produtos já estariam mais caros do lado egípcio do que no palestino. Em Gaza, por outro lado, a abundância de produtos trazidos do Egito teria causado a queda de preços de alguns produtos como cigarros, segundo relatos.

Centenas de guardas egípcios foram enviados para a região, mas até agora eles não tentaram reprimir a entrada dos palestinos.

O porta-voz do Ministério do Exterior do Egito disse à BBC na quarta-feira que as forças de segurança do país não vão usar a força para obrigar os palestinos a retornar à Faixa de Gaza.

Segundo o porta-voz, Hosan Zeni, o Egito compreende o sofrimento dos palestinos e acredita que os moradores de Gaza foram para o país para comprar gêneros de primeira necessidade, como comida e remédios.

“Vida normal”

No início da manhã de quarta-feira, militantes palestinos destruíram com pelo menos 15 bombas parte do muro que separa a Faixa de Gaza do Egito, permitindo o fluxo palestino.

O Egito diz que vai refazer o muro, mas correspondentes dizem que, tanto politicamente, como em termos de logística, essa não será uma tarefa fácil.

Israel pediu que o Egito patrulhasse a fronteira, temendo que armas sejam contrabandeadas para o território palestino.

Em um discurso na quarta-feira, o primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, não fez referência direta ao rompimento da barreira entre Gaza e o Egito, mas disse que o país vai manter a pressão sobre o território até que seja interrompido o lançamento de foguetes de Gaza em direção a cidades israelenses.

“Não vamos atingir suprimentos de comida para crianças ou medicamentos para os necessitados”, disse ele.

“Mas não há justificativa para deixarmos que os residentes de Gaza tenham uma vida normal enquanto foguetes são desferidos de suas ruas e quintais em direção a Sderot e outras comunidades.”

Desde que o Hamas assumiu o controle total de Gaza – depois de expulsar o Fatah no ano passado – a fronteira de Gaza com o Egito tem estado fechada a maior parte do tempo.

Nos últimos dias, Israel intensificou o bloqueio nas suas fronteiras com o território palestino, levando à escassez de combustíveis e outros produtos. BBC Brasil – Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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Parmenas Alt
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