quinta-feira, 26/12/2024
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Desafios Hídricos e Soluções Inovadoras: A Luta pela Navegabilidade no Rio Madeira e Canal do Panamá frente à Estiagem

Planejamento antecipado e a preservação das matas, principalmente nas nascentes dos rios e ao longo de seus cursos, podem contribuir para uma solução de longo prazo

Por Guilherme Accioly Fragelli*

A navegação na Amazônia ao longo do Rio Madeira, bem como no Canal do Panamá, apesar de diferentes em seus aspectos — uma de longo curso e a outra de cabotagem —, vem sofrendo com a estiagem, prejudicando assim o transporte marítimo nas suas respectivas regiões e enfrentando desafios semelhantes. O artigo “Painel discute navegabilidade na Amazônia durante a estiagem”, da Portos e Navios, relata as dificuldades enfrentadas na área do Rio Madeira e as alternativas que estão sendo adotadas para minimizar essa questão.

Há evidências que sugerem que a estiagem foi exacerbada por fenômenos climáticos como El Niño e mudanças climáticas globais. Em ambos os cenários, a busca por soluções sustentáveis é crucial para mitigar os impactos adversos sobre a navegabilidade e o abastecimento essencial, principalmente na Amazônia. No Rio Madeira, a proposta de dragagem é vista como parte da solução, mas, dado o caráter desafiador e as peculiaridades do rio, essa medida pode não ser suficiente por si só.

Isso sugere a necessidade de abordagens mais integradas e adaptativas que considerem as especificidades locais. Além disso, é essencial um planejamento de longo prazo, visto que essas situações se repetem de forma cíclica e tendem a ocorrer cada vez mais. Similarmente, no Canal do Panamá, onde a redução dos níveis de água das eclusas afeta as operações de trânsito dos navios, medidas como a gestão sustentável dos recursos hídricos e estratégias adaptativas são essenciais.

A colaboração entre o setor privado, entidades governamentais e usuários é vital para desenvolver e implementar soluções eficazes que possam garantir a operacionalidade contínua e segura tanto do canal quanto da Amazônia. Aparentemente, a natureza está fazendo a sua parte: o fenômeno El Niño terminou, conforme informe do Serviço de Meteorologia da Austrália, voltando à fase neutra, que deve perdurar até julho deste ano.

No entanto, o calor dos oceanos do Pacífico continua elevado, mas deverá declinar ao longo do tempo, o que poderá contribuir para mitigar o impacto da estiagem nessas regiões. Contudo, não podemos esquecer que a ciência da meteorologia é uma das mais difíceis de prever. Portanto, um bom planejamento antecipado e a preservação das matas, principalmente nas nascentes dos rios e ao longo de seus cursos, podem contribuir para uma solução de longo prazo.

*Guilherme Accioly Fragelli é Consultor Marítimo e Portuário, Gestor de negócios,  projetos e Desenvolvimento de Pessoas

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