O acordo foi fechado entre a gestão da estatal, liderada por Fabiano dos Santos Silva, e o sindicato dos trabalhadores.
Os Correios anunciaram o pagamento de um benefício de fim de ano no valor de R$ 2.500 para cada um de seus 84.700 funcionários. O chamado “vale peru”, pago em duas parcelas, totaliza um gasto de cerca de R$ 200 milhões. A primeira parte do valor, R$ 1.000, será paga em dezembro ou setembro, enquanto a segunda, de R$ 1.500, será transferida em janeiro de 2025. O acordo foi fechado entre a gestão da estatal, liderada por Fabiano dos Santos Silva, e o sindicato dos trabalhadores.
Este pagamento extra retorna após ser suspenso em 2020, durante a gestão do general Floriano Peixoto. Na época, a decisão foi tomada para ajudar a conter a crise financeira da empresa. Agora, com um deficit histórico de R$ 2 bilhões até setembro de 2024, os Correios enfrentam sérios desafios econômicos. O déficit atual pode até superar o registrado em 2015, quando o valor foi de R$ 2,1 bilhões.
Em meio a essas dificuldades financeiras, a estatal também adotou medidas de austeridade, como o estabelecimento de um teto de gastos de R$ 21,96 bilhões para 2024. A principal justificativa é evitar a insolvência e garantir que a empresa não precise ser resgatada pelo Tesouro Nacional. “Tais medidas visam, fundamentalmente, a recompor o saldo orçamentário/caixa para retomada do equilíbrio econômico-financeiro”, afirma a estatal.
Embora a empresa tenha afirmado estar cumprindo a lei ao conceder o benefício, sua gestão tem sido marcada por decisões controversas, como o abandono de ações trabalhistas de bilhões de reais e o pagamento de dívidas do fundo de pensão dos funcionários. Esses passos, somados aos gastos com o “vale peru”, levantam questões sobre a viabilidade financeira dos Correios no futuro próximo.
