Enquanto isso, a população segue apreensiva com a possível legalização de práticas que podem gerar novos desafios para o sistema de saúde e segurança pública.
O Senado pode votar na próxima quarta-feira (4) um projeto que legaliza os jogos de azar no Brasil, incluindo cassinos, bingo e jogo do bicho. O anúncio foi feito pelo presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), nesta quinta-feira (28), e tem gerado controvérsias.
Apesar de contar com apoio de vários parlamentares e setores econômicos, a proposta já enfrenta forte resistência devido aos riscos de intensificar problemas sociais como o vício em jogos e o fortalecimento de atividades criminosas. Se aprovado, o projeto colocará fim a uma proibição de quase 80 anos, mas poderá agravar a vulnerabilidade da população, especialmente os mais jovens e economicamente desfavorecidos.
Embora o projeto prometa trazer mais controle sobre os jogos, ele permite que empresas de jogos, incluindo o jogo do bicho, operem com apenas um registro e a comprovação de um capital mínimo. A fiscalização ficará a cargo do Ministério da Fazenda, mas especialistas alertam que, sem uma estrutura adequada de monitoramento, as regras podem ser facilmente burladas.
Além disso, o projeto abre espaço para que locais de jogos, como cassinos, sejam instalados em complexos turísticos, o que pode gerar um ambiente propício à lavagem de dinheiro e ao financiamento de atividades ilícitas. A medida também permite que grandes empresas explorem o vício como uma “atividade econômica relevante”, o que muitos consideram uma visão preocupante.
As críticas são especialmente fortes entre líderes da oposição, que alertam para os efeitos negativos que a liberação pode trazer à sociedade, como o aumento da dependência do jogo e o impacto sobre famílias já fragilizadas. Movimentos sociais e setores conservadores também apontam que a medida pode incentivar a exploração de pessoas vulneráveis, além de favorecer empresas que operam à margem da legalidade. Enquanto isso, a população segue apreensiva com a possível legalização de práticas que podem gerar novos desafios para o sistema de saúde e segurança pública.
Se aprovado, o projeto poderá abrir um precedente perigoso para outras formas de exploração econômica e social, colocando em risco não apenas o bem-estar dos cidadãos, mas também a integridade de um sistema financeiro que já lida com uma série de problemas. A decisão do Senado na próxima semana será crucial para o futuro da regulamentação dos jogos no Brasil e poderá gerar novos debates sobre a necessidade de um controle mais rigoroso e responsável, que leve em conta os impactos negativos do vício e da expansão da criminalidade associada a essas atividades.