Após um ataque de mísseis do Hezbollah que deixou ao menos 7 israelenses mortos, a Força Aérea de Israel voltou a bombardear com intensidade as cidades de Tiro e Baalbeck, no sul do Líbano e uma das mais castigadas do país desde que, em 12 de julho, começou a guerra não declarada entre Israel e as milícias do grupo xiita libanês Hezbollah.
Nesta quinta-fieira, Israel ameaçou estender seus bombardeios perto do aeroporto, no subúrbio sul de Beirute, incluindo os setores que até agora não foram atacados, e pediu para a população fugir, segundo os folhetos lançados por aviões israelenses.
O líder do Hezbollah libanês, Hassan Nasrallah, ameaçou atacar Tel Aviv se Israel bombardear Beirute, em declaração transmitida nesta quinta-feira pela televisão. Em resposta ao comunicado do Hezbollah, a televisão pública israelense informou que Israel destruirá a infa-estrutura do Líbano caso Tel Aviv seja atacada por foguetes do Hezbollah.
Resposta com foguetes
O novo bombardeio israelense acontece poucas horas depois que a Resistência Islâmica, braço armado do Hezbollah, lançou uma nova série de mísseis contra o norte de Israel. Pelo menos sete israelenses, cinco civis e dois soldados, morreram hoje ao serem atingidos pelos foguetes Katyusha lançados por milicianos do Hezbollah.
Três civis israelenses morreram perto da localidade de Ma”alot, na Galiléia, quando um foguete atingiu um carro. Outros dois civis foram atingidos na localidade de Akko quando saíam de um refúgio após um ataque anterior. O atentado também deixou três pessoas gravemente feridas.
Além disso, combatentes do Hezbollah dispararam um foguete antitanque contra um carro de combate e mataram dois soldados israelenses, ferindo outros dois gravemente. O incidente ocorreu na aldeia de Rayamin, no sul do Líbano. Com estes ataques, o número de civis israelenses mortos chega a 24, e o de soldados, a 39.
Ataques na madrugada
Os mísseis do Hezbollah foram lançados horas após a retomada dos ataques aéreos israelenses em Beirute, capital do Líbano. Depois de vários dias de pausa, a aviação israelense bombardeou os subúrbios do sul de Beirute, reduto do Hezbollah. No norte do Líbano, a aviação israelense atacou uma ponte na região de Akkar, perto da fronteira com a Síria (assista ao vídeo).
No sul, as tropas israelenses, com cerca de 7 mil homens, apoiadas pela aviação, travaram violentos combates com o Hezbollah pelo controle de uma área de fronteira da qual tentam expulsar os combatentes xiitas que disparam foguetes contra o norte de Israel. Quatro milicianos do Hezbollah e pelo menos dois soldados israelenses morreram nos combates.
Número de mortos cresce
No total, 24 civis morreram no norte de Israel, alvo de mais de 2.000 foguetes até o momento, assim como 39 soldados israelenses desde o início do conflito. No Líbano, pelo menos 900 pessoas – civis e militares – morreram e mais de 3.200 foram feridas, segundo um balanço oficial.
Processo de paz
O primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, afirmou na noite da quarta-feira que o conflito pode terminar quando o Conselho de Segurança autorizar o envio de uma força internacional de 15.000 homens ao sul do Líbano.
Tony Blair, primeiro-ministro do Reino Unido, disse hoje estar convencido de que o Conselho de Segurança da ONU definirá “nos próximos dias” uma resolução para resolver o conflito entre Israel e a milícia xiita libanesa do Hezbollah.
Um porta-voz do grupo xiita, no entanto, afirmou que não haverá cessar-fogo enquanto tropas israelenses estiverem no Líbano. “Nós não iremos aceitar nenhum soldado de Israel em território libanês. E lutar até a liberação é um direito de todos os libaneses”, afirmou o porta-voz em entrevista à televisão “Al-Jazeera”.