Proposta do Projeto Touro Novo, lançado em Rondonópolis nesta sexta-feira, visa aprimorar a genética dos rebanhos bovinos em Mato Grosso
Aprimorar a genética do rebanho bovino mato-grossense, impulsionando a produtividade e rentabilidade da pecuária local. Este é o propósito do Projeto Touro Novo, que tem como objetivo promover a substituição de touros sem padrão genético por touros melhoradores.
O projeto é uma parceria entre empresas do setor agropecuário de Mato Grosso e foi lançado nesta sexta-feira, 1º de novembro, em Rondonópolis. Um levantamento realizado pelas empresas e entidades idealizadoras do projeto apontou em Mato Grosso uma carência em mais de 40% de touros certificados.
“Ou seja, as fêmeas estavam sendo cobertas, e estão sendo cobertas, por bois sem padrão, que chamamos de ‘caras limpas’, um boi sem padrão genético nenhum”, conta Marco Túlio Duarte Soares, presidente da Cooperativa Sicredi Integração MT/AP/PA.
Marco Túlio explica à reportagem do Canal Rural Mato Grosso que os principais benefícios do projeto incluem a melhoria genética imediata para os rebanhos com a troca de touros, financiamento facilitado pelo Sicredi voltado aos produtores, e aumento da rentabilidade com animais de maior desempenho.
Além do Sicredi, como agente financiador, o Projeto Touro Novo conta entre os seus parceiros com a JBS, que apoia a divulgação do projeto e garante a absorção dos touros sem padrão genético nas trocas, com a ABCZ e a Criasul, que certificam e acompanham a qualidade genética dos touros, assegurando a excelência dos animais ofertados.
Também integram o projeto a Acrimat e Imac, que são os responsáveis pela promoção da carne e pelo desenvolvimento da pecuária no estado, colaboram na melhoria dos criatórios e da qualidade da carne.
Para o presidente da Nelore MT, Alexandre El Hage, entidade que conta com uma proposta de apoio com foco no aprimoramento da seleção genética, o Projeto Touro Novo significa muito para o modelo de comercialização de animais com melhoramento genético.
Segundo Alexandre El Hage, “há uma carência de acesso a esse tipo de produto” e quando se envolve entidades com tal iniciativa de fomentar o aprimoramento genético do rebanho bovino no estado ajuda a “alavancar e dar credibilidade aos sistemas, ao processo de venda que nós estamos vendo aqui hoje”.
Mais qualidade no rebanho e no prato
Pecuarista em Rondonópolis, Arlindo Vilela era um dos criadores que conferiram de perto os cerca de 80 animais ofertados pelo Projeto Touro Novo em seu lançamento. Na sua avaliação, todos os projetos que visam subir a régua da pecuária são muito bem-vindos.
“Esse é mais um projeto que entra para ajudar a subir a régua da pecuária e é um negócio que foi pouco trabalhado [genética]. Financeiramente o pessoal olhava muito pouco para a reprodução, a parte genética. E a genética é um negócio acumulativo. O que você coloca, você não volta atrás mais”, disse ao Canal Rural Mato Grosso.
O pecuarista frisa ainda que “isso aqui é um negócio totalmente diferente. É agregação de valor, agregação de tecnologia. Capital novo entrando no nosso mercado. Tudo isso ajuda a subir a régua da pecuária”.
Além do ganho genético ao pecuarista, que acaba recebendo mais na hora de vender o bezerro, Marco Túlio Duarte Soares salienta que com um animal com mais qualidade ganham também o produtor que compra o bezerro para terminação, pois o período é menor para isso, a indústria frigorífica que vai desossar uma carcaça de melhor qualidade e o consumidor que terá uma carne mais macia e de um animal mais jovem.
Valdecir Júnior, analista de gestão da informação do Instituto Mato-grossense da Carne (Imac), frisa à reportagem do Canal Rural Mato Grosso que projetos, como o Touro Novo, que visam trazer um ganho genético e, consequentemente, a qualidade da carne, estão entre as ações que a entidade apoia.
“Isso traz benefício para todos os elos da cadeia da carne. A carne de Mato Grosso já tem um grande diferencial em que a maioria dos nossos animais são terminados à pasto. Isso traz um sabor diferenciado à nossa carne. Então, acho que a gente conseguindo melhorar cada vez mais a qualidade da carne, conseguiremos atingir novos mercados, obter um melhor preço nas exportações e chegar à dona de casa um produto de melhor qualidade no mercado interno”.
Fonte: Canal Rural