Com a ascensão da Inteligência Artificial (IA) e outras tecnologias disruptivas, o mercado publicitário foi forçado a se adaptar
No dia 17 de outubro, celebra-se o Dia do Profissional de Propaganda, uma data que reconhece a criatividade e o comprometimento dos publicitários em promover campanhas que conectam marcas e consumidores.
A propaganda desempenha um papel central na economia, estimulando a concorrência e incentivando a inovação em produtos e serviços, e a reflexão sobre as transformações da profissão e as oportunidades que surgem com a evolução tecnológica é essencial para o aprimoramento do setor.
Segundo Felipe Crespo, coordenador do curso de Publicidade e Propaganda da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (FECAP), a profissão passou por transformações profundas ao longo das últimas décadas. “O profissional de hoje precisa ter um repertório vasto. Não basta dominar a publicidade; é necessário conhecimento em sociedade, economia, artes, finanças e, acima de tudo, humildade para aprender constantemente. O ritmo das mudanças tecnológicas é acelerado, e aqueles que não se atualizarem ficam para trás.”
Com a ascensão da Inteligência Artificial (IA) e outras tecnologias disruptivas, o mercado publicitário foi forçado a se adaptar. “A IA não vai tirar o emprego de ninguém”, diz Crespo. “Ela vai tirar o emprego de quem não souber usá-la. Portanto, o desafio é incorporar essa nova ferramenta da melhor maneira possível, usando-a para otimizar a criação e execução de campanhas.”
Para quem deseja ingressar na área, Crespo destaca a importância da curiosidade e da capacidade de observar o cotidiano. “O bom publicitário é aquele que tem repertório, que lê muito, que conversa com pessoas de diferentes origens e pontos de vista. Essa abertura de pensamento é fundamental para criar campanhas relevantes e inovadoras.”
O mercado publicitário também tem sido profundamente impactado pelas mudanças nos comportamentos de consumo, cada vez mais digitais. “As marcas precisam repensar sua comunicação. Estamos vivendo uma fase onde os novos pontos de contato com o consumidor são oportunidades de se destacar, desde que a marca seja relevante”, ressalta Crespo.
Um levantamento realizado pela Serasa Experian em janeiro de 2024, “Perfil dos Publicitários no Brasil”, revelou que há quase 200 mil profissionais de propaganda no país. Desses, 22,7% são empreendedores ou profissionais liberais. A pesquisa também mostrou que 46,7% dos publicitários têm renda entre R$ 2.501 e R$ 5 mil mensais, sendo que 28,6% deles estão na faixa de até R$ 2.500. Em termos de classe social, 7,4% pertencem à classe A, 49,1% à classe B e 31,9% à classe C.
A profissão, regulada no Brasil pela Lei nº 4.680/65 e promovida pela Associação dos Profissionais de Propaganda (APP), se destaca como uma das mais importantes na economia criativa. Conforme a Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), existem cerca de 196 mil pessoas empregadas diretamente no setor de publicidade, sendo que a maior concentração está na região Sudeste, especialmente em agências e consultorias de publicidade, e nos provedores de conteúdo na internet.
O especialista: Filipe Vietri Crespo é publicitário formado pela Universidade Católica de Santos, mestre em Administração com ênfase em Finanças pela FECAP, e possui certificações em mídia no Brasil e no exterior. Com passagens por agências renomadas como Ogilvy, África, WMcCann e JWT, atendeu grandes marcas como P&G, Bradesco, Unilever e Mastercard. Foi consultor de mídia do McDonald’s Brasil e participou de campanhas de sucesso. Professor de Mídia e Planejamento em diversas instituições, é coordenador do curso de Publicidade da FECAP. Crespo também é sócio fundador da Creativosbr e acumula prêmios e reconhecimentos na área publicitária.
