Até clínicas de estéticas podem virar lugares perigosos em Cuiabá. Clientes chegam para fazer tratamento de pele e, na saída, descobrem que a bolsa também foi limpa. Ao contrário de locais públicos, onde ninguém viu quem furtou, nesses estabelecimentos de beleza é a própria dona quem se encarrega de fazer o serviço “sujo”.
Além de dinheiro, uma proprietária de um desses espaços é acusada de pegar cartão de crédito e fazer compras no comércio de Cuiabá. Até agora, a polícia tem queixa de duas clínicas com na mesma situação, mas o número pode ser ainda maior, já que depende do registro das vítimas.
Na semana passada, a proprietária de uma clínica de estética que é a própria esteticista, localizada no bairro Novo Terceiro, foi indiciada por furto. Cinco pessoas reclamaram que as bolsas eram mexidas e sumia dinheiro, celular e cartão de crédito. Só com um cartão, fez compras parceladas no valor de R$ 4.800. Uma das vítimas teve prejuízo de R$ 1.350 com compras feitas em várias lojas, inclusive de materiais de construção.
“Numa das lojas, havia circuito interno de segurança. A vítima conferiu a gravação e reconheceu a proprietária da clínica de estética fazendo compras com seu cartão de crédito”, explicou a delegada Ana Paula Faria de Campos, de plantão na Delegacia do Complexo do Verdão.
O furto está ocorrendo desde julho, e a polícia acredita que o número de vítimas pode ser maior, quando levados celular ou cartão de crédito. Na semana passada, quatro vítimas estiveram na delegacia. Na quinta-feira, duas clientes da clínica de estética saíram de uma sessão e uma sentiu falta de R$ 100 em dinheiro e um celular da outra.
Elas retornaram para reclamar, pois só estavam em quatro pessoas – as duas, a proprietária e a secretária. A proprietária então entregou R$ 100 para uma delas e conseguiu outro celular para a outra, que recusou. A esteticista pediu para que a vítima que teve o dinheiro furtado assinasse um recibo. A segunda cliente também não concordou.
As duas clientes, então, se deslocaram até a Delegacia do Verdão para registrar queixa. A proprietária da clínica chegou depois para fazer um boletim contra a cliente por calúnia. A delegada Ana Paula então desconfiou, porque no plantão anterior dela houve uma queixa contra a mesma clínica.
“Não tive dúvidas de que se tratava de furto e a indiciei. Além de haver várias vítimas, ela (a esteticista) foi reconhecida”, explicou. A delegada acrescentou que a esteticista só não ficou presa porque a situação não caracterizou flagrante.
A proprietária tentou colocar a culpa na secretária, mas não se lembrava o nome dela e nem o endereço, embora tenha trabalhado durante seis meses na clínica. A delegada descobriu que a esteticista estava construindo uma outra clínica ao lado da atual. “Pelo jeito com material comprado com os cartões furtados”, completou a delegada.
fonte>d.c