O governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), visitará, nesta manhã, o município de Itacarambi, no Norte do Estado, onde famílias foram atingidas por um tremor de terra. O terremoto registrou 4,9 graus na escala Richter, que vai de 0 a 9. Uma criança morreu e seis pessoas ficaram feridas. Elas foram encaminhadas ao Hospital Municipal Gerson Dias, em Itacarambi, e liberadas no início da noite de domingo.
O tremor aconteceu na madrugada de domingo, derrubando casas. O abalo, registrado pelo Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (UnB), está entre os 15 maiores tremores brasileiros, segundo o diretor do observatório, professor Lucas Vieira Barros. Lideranças políticas do município informaram que desde maio deste ano freqüentes tremores de terra vinham sendo sentidos na região. O abalo foi sentido também na área urbana da cidade e em municípios vizinhos.
O governo anunciou que irá arcar com os custos da reconstrução de todas as casas que tiveram problemas em função do tremor. Aécio Neves autorizou a reconstrução das casas assim que o município declare situação de emergência. Também já está na cidade um caminhão com 12 toneladas de colchões, cobertores e cestas básicas. O material saiu de depósito da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec) em Montes Claros.
O secretário executivo da Cedec, Tenente-Coronel Alexandre Lucas, e o Comandante Operacional do Corpo de Bombeiros, Coronel Cláudio Teixeira estão em Itacarambi e instalaram na cidade o Sistema de Comando em Operações (SCO) para gerenciamento de desastres. O SCO, composto por representantes do Corpo de Bombeiros, Cedec, Polícia Militar de Minas Gerais e prefeitura local, já realizou uma primeira reunião.
No balanço feito pelo SCO, o tremor de terras atingiu 76 casas e aproximadamente 380 pessoas. Do total de casas, seis foram destruídas. Das famílias atingidas, 35 foram alojadas na Creche Najila Nemer, em Itacarambi. As demais foram levadas para casas de parentes na localidade de Várzea Grande, a 8 km de Caraíbas. O transporte foi garantido pela Prefeitura de Itacarambi.
O tremor de terras provocou a morte de Jessiane Oliveira Silva, 5 anos. Outras seis pessoas ficaram feridas: Maria de Fátima Pereira, 44 anos; Jesuína Fiuza Oliveira, 55 anos; Jessielen Oliveira Silva, 5 anos; Veralice Fiúza Oliveira, 25 anos; Thiago Souza Santos, 8 anos; e Osías Carvalho Santos, 45 anos. Todos os feridos foram atendidos no Hospital Municipal Gerson Dias, em Itacarambi, e já foram liberados.
O governo mineiro tomou a iniciativa de oferecer transporte para a equipe do Observatório Sismológico da UnB. Como o aeroporto local não tem autorização para operação noturna, e os pesquisadores somente poderiam iniciar viagem no período da tarde, o deslocamento foi realocado para um avião do Governo de Minas que partiu de Brasília para Itacarambi nesta manhã.
O chefe do Observatório Sismológico da UnB, professor Lucas Vieira Barros, confirma a instalação de sismógrafos na localidade em função de tremores já registrados anteriormente. O trabalho de monitoramento vinha sendo conduzido em conjunto com o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), com a participação da prefeitura local.
O terremoto de Itacarambi foi o primeiro com registro de mortos no País, mas não o mais potente. O tremor mais forte da história brasileira foi registrado em 31 de janeiro de 1955, no município de Porto dos Gaúchos, norte de Mato Grosso. Ele foi sentido a 300 quilômetros de distância e atingiu 6,2 pontos na escala Richter.