O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou nesta sexta-feira, 30, da assinatura de convênios do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para obras nas comunidades do Cantagalo e Pavão-Pavãozinho, na zona Sul do Rio, no valor de R$ 35,2 milhões. Durante a visita, ele prometeu novas ações para dar mais “cidadania” à população no seu segundo mandato, mas disse que os governos estaduais precisam ajudar nesta tarefa.
“Nos próximos quatro anos temos condições de fazer mais do que já fizemos. Para isso, temos que construir as parcerias com os governos, que significam melhorias para as crianças, saúde, mais trabalho e mais cidadania para todo mundo”, disse Lula, recebido por uma escola de samba formada por jovens da comunidade.
“Quando pensamos o PAC resolvemos que era preciso levar cidadania plena ao povo que mora em condições desfavoráveis … Esses investimentos vão permitir algo que é sagrado, a cidadania”, disse o presidente, em discurso moradores da favela.
Lula ligou sutilmente as obras de urbanização das comunidades carentes à questão da violência no Rio, afirmando que as obras serão feitas “para as pessoas sentirem que o Estado está participando”. Ele criticou a imprensa afirmando achar que “não é justo o Rio de Janeiro aparecer nos jornais apenas nas páginas policiais. Do jeito que aparece, aqui está uma desgraceira só, quando não está”, afirmou. De acordo com Lula, “bandido tem em todos os lugares” e 99% das pessoas são trabalhadoras.
Boa relação
O presidente destacou, mais uma vez, a boa relação que mantém com o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), de quem estava acompanhado, e fez críticas ao governo anterior, de Rosinha Matheus (PMDB).
“A disposição do governador e de seu secretariado para agilizar as coisas é quase uma revolução no comportamento do Rio. Vivi outro período e não dá para contar como a relação era ruim, parecia que tudo era disputa”, afirmou Lula.
O presidente disse ainda que na próxima semana vai se reunir com ministros e secretários para discutir a cessão de imóveis inativos do governo federal para famílias sem moradia.
“Tem muito prédio público que o governo federal e o INSS não usam e fica guardando barata e outras coisas e deveria virar moradia para o povo. Vou cuidar disso com carinho na semana que vem.”
PAC
Ao todo, o PAC prevê liberar R$ 2,092 bilhões para as comunidades carentes do Rio para a urbanização de favelas, conforme declarações do presidente no evento. Entre as obras no Pavão-Pavãozinho, está prevista a construção de um grande elevador panorâmico, como o elevador Lacerda, em Salvador, porém, em estilo mais moderno, que terá uma saída na rua Teixeira de Melo, em Ipanema, junto a uma estação do metrô. Também está prevista a regularização fundiária de residências nos dois morros.
Lula tem extensa agenda no Rio, que inclui à tarde, a cerimônia de assinatura do contrato da Transpetro com o estaleiro Mauá para a construção de quatro navios no valor de US$ 277 milhões. O presidente participa também da inauguração da central de operações do Programa de Rastreamento de Embarcações Pesqueiras por Satélites, em navio ancorado próximo à Praça Mauá, no centro do Rio.