domingo, 24/11/2024
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Estudo brasileiro investiga relação entre o autismo e a saúde do intestino

A pesquisa sugere que isso pode ter alguma relação com o transtorno

Um estudo brasileiro, que foi publicado recentemente na revista científica Nature Microbiology, sugere uma possível associação entre o autismo e as alterações no microbioma intestinal de crianças. A hipótese é que haja diferenças no grupo de microrganismos presentes na microbiota de crianças com TEA (Transtorno do Espectro Autista) e de crianças neurotípicas.

A pesquisa sugere que isso pode ter alguma relação com o transtorno. No entanto, é importante ressaltar que ela não elimina a possibilidade de que haja outras explicações possíveis para as alterações constatadas, o que será verificado na continuidade dos estudos.

O estudo, conduzido pelo médico Fabiano de Abreu Agrela no CPAH – Centro de Pesquisas e Análises Heráclito, parte de um artigo anterior publicado por ele e que já identificava uma associação entre autismo e as alterações intestinais.

“As dores de barriga são um sintoma comum em pessoas com autismo, afetando até 70% da população autista. A constipação é o problema gastrointestinal mais prevalente em pessoas com autismo, presente em cerca de 40% dos casos. Outros problemas comuns incluem diarreia, refluxo gastroesofágico e sensibilidade alimentar”, afirma Agrela no estudo.

Segundo o artigo, os pesquisadores continuam investigando mais sobre esta relação, apontando que talvez seja possível que as causas abranjam desde problemas gastrointestinais até dificuldades de comunicação e sensibilidade sensorial.

Possíveis causas das alterações intestinais

É possível que os problemas intestinais tenham várias explicações. (Fonte: Getty Images / Reprodução)© Fornecido por Mega Curioso

Agrela ainda afirma que existem várias hipóteses sobre a relação entre TEA e alterações intestinais. “Estudos complementares devem ser feitos para definir com mais clareza as causas dessa possível relação, mas nosso estudo inicial já aponta algumas hipóteses que podem explicar a correlação”, pontua.

Dentre elas, estão as dificuldades de comunicação das necessidades fisiológicas, o que poderia levar à constipação ou à incontinência fecal, mas também a comorbidades associadas ao autismo, como ansiedade e depressão, que poderiam contribuir com problemas no trato gastrointestinal.

Ainda que o tema ainda esteja sob análise, o médico ressalta que é importante que as pessoas com autismo sejam encaminhadas a médicos especializados caso apresentem problemas frequentes, como dores abdominais, constipação e incontinência fecal.

Vários tratamentos poderão ser sugeridos pelos médicos, o que pode incluir o uso de medicamentos, a fisioterapia para fortalecer os músculos do assoalho pélvico, e até a terapia ocupacional para melhorar habilidades de comunicação e autocuidado. Alterações na dieta também podem ser recomendadas para minimizar os problemas.

Fonte: MSN

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Parmenas Alt
Parmenas Alt
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