Montante é 9% maior do que o valor disponibilizado no último programa; maior parte será destinada para o setor empresarial
De acordo com fontes com conhecimento da negociação, o montante será dividido da seguinte forma: R$ 400 bilhões para a agricultura empresarial e R$ 75 bilhões para a familiar. O anúncio do lançamento estava previsto para o mês de junho, mas foi adiado por causa da agenda de Lula.
A ideia inicial também era de que a política de crédito agrícola fosse anunciada em Rondonópolis, no interior do Mato Grosso, mas foi descartada por haver pouco tempo para organizar o evento e por falta de espaço que pudesse comportar a cerimônia, que ocorrerá em Brasília. Um dos objetivos do plano é o incentivo do fortalecimento dos sistemas de produções ambientalmente sustentáveis.
Durante a formulação do plano, Fávaro recebeu as reivindicações da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil. Entre os pontos abordados estão o aumento dos recursos financiáveis; fortalecimento do seguro rural; regulamentação da lei que criou o Fundo de Catástrofe; rebate de taxas ou aumento do limite financiável; coibir as práticas de venda casada; priorização de recursos para as linhas de investimento, entre outros.
O que é o plano Safra
O Plano Safra é um programa do governo federal para apoiar o setor agropecuário, com a oferta de linhas de crédito, incentivos e políticas agrícolas. A medida tem a vigência de um ano, começando por 1º de julho até junho do ano seguinte — período que acompanha o calendário das safras brasileiras. A liberação de recursos permite, então, o custeio de equipamentos e produtos, assim como melhorias na propriedade rural.
O governo deve se reunir nesta semana com empresários do setor de arroz para discutir a situação relacionada ao leilão do alimento. Representantes da área não veem necessidade da medida e argumentam que o abastecimento nacional do grão está garantido. Como mostrou o R7, em contrapartida, a gestão federal quer alternativas que possam abaixar o preço do produto nos supermercados.
Na última semana, os ministros Carlos Fávaro (Agricultura e Pecuária) e Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar), além do presidente da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), Edegar Pretto, se reuniram com empresários do ramo. Participaram do encontro membros da Fedearroz e da Câmara Setorial do Arroz. E, nesta semana, está prevista mais uma rodada de conversas.
O debate e a negociação em curso ocorreram depois de o governo suspender o leilão do arroz em 11 de junho. A justificativa era de que as empresas vencedoras do certame não possuíam capacidades técnica e financeira. Das quatro companhias ganhadoras, apenas uma é do ramo. Estão na lista uma fabricante de sorvetes, uma mercearia de bairro especializada em queijo e uma locadora de veículos.
Na ocasião, o governo comercializou 263,3 mil toneladas de arroz, o que representa 88% do volume estimado inicialmente, de 300 mil toneladas. O valor movimentado foi de R$ 1,3 bilhão. Os lotes arrematados tiveram preço mínimo de R$ 4,98 e máximo de R$ 5 por quilo. Depois, o produto seria distribuído para 21 estados do país.
Em paralelo, Lula quer que os ministros estruturem uma medida para financiar a produção de arroz em mais estados e evitar que o país dependa apenas de algumas unidades da Federação. “A gente vai dar uma garantia de preço para que as pessoas não tenham prejuízo”, disse o presidente.
R7