O dólar à vista encerrou o pregão desta segunda-feira (dia 1º) em alta de 1,16%, no maior valor de fechamento desde 10 de janeiro de 2022 (R$ 5,6743); pela manhã, Lula voltou a atacar o BC e a gestão da política monetária
Operadores notaram um movimento comprador mais intenso no mercado futuro na reta final dos negócios, com possível disparada de ordens para limitação de perdas (stop loss) por investidores que ainda carregam posições vendidas em dólar (que apostam na queda da moeda americana). Principal termômetro do apetite por negócios, o contrato de dólar futuro movimentou mais de US$ 18 bilhões, um volume bem expressivo e pouco usual para um pregão de segunda-feira – o que sugere mudança relevante no posicionamento dos agentes.
Há uma busca por hedge cambial e um aparente movimento especulativo que exacerba a depreciação da moeda, talvez numa tentativa de levar o Banco Central a intervir no mercado com nova oferta de swaps cambias ou até venda no mercado spot. Segundo dados da B3, na sexta-feira, os investidores estrangeiros ampliaram a posição comprada em derivativos cambiais em US$ 3,7 bilhões, para cerca de US$ 82 bilhões, novo pico histórico. Parte desse movimento pode ser atribuído à rolagem de posições no último pregão de junho.
Pela manhã, em entrevista a uma rádio da Bahia, Lula voltou a atacar o BC e a gestão da política monetária. “Quem quer o Banco Central autônomo é o mercado”, disse “Nós não precisamos ter política de juro alto neste momento. A taxa Selic a 10,50% está exagerada”. As declarações são mais um capítulo na série de investidas do presidente contra o BC e Campos Neto nos últimos dias.
À tarde, o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse que o governo Lula trouxe de volta o reequilíbrio fiscal e que o compromisso com o novo arcabouço será reafirmado no envio do Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2025. “O governo vai cumprir o que está no arcabouço”, disse Padilha. “O resto é especulação, e quem fica especulando sobre qualquer irresponsabilidade fiscal vai errar de novo”.
Publicado por Carolina Ferreira
*Com informações do Estadão Conteúdo