Em uma grande manifestação, habitantes da combativa cidade de El Alto, uma das mais pobres da Bolívia, pediram o fechamento do Senado, dominado pela oposição de direita, alegando que inviabiliza importantes leis nacionais.
A passeata, convocada por organizações sindicais e civis de El Alto, fez a pé os 12 km entre esta cidade e a praça de Armas de La Paz, onde ficam os poderes Executivo e Legislativo, para protestar por quase cem projetos de lei que ainda não foram votados.
A maioria das 27 cadeiras do Senado boliviano é controlada pelo Partido Podemos, do ex-presidente Jorge Quiroga (de direita), adversário do presidente Evo Morales.
O Senado “é uma pedra no desenvolvimento das leis, particularmente (as de benefício) para o povo”, disse em um improvisado discurso às portas do órgão legislativo o dirigente Edgar Patana.
“Esta é uma mobilização forte, como é característico do povo de El Alto, pelo tema da “capitalidade” (que Sucre disputa com La Paz na Assembléia Constituinte) e pelas 97 leis que estão (travadas) no Senado nacional”, afirmou.
Os manifestantes, que detonaram bananas de dinamite e petardos, também cantaram palavras de ordem em oposição ao eventual fechamento da Assembléia Constituinte que deverá redigir uma nova Carta Magna que apóie o amplo processo de transformações que Evo Morales pretende executar.
Os milhares de manifestantes queimaram fotos de Quiroga, chamado de fascista, e dos governadores de Santa Cruz, Tarija, Cochabamba, Beni e Pando, que convocaram uma “desobediência civil” contra o governo.