Escolha dos 720 deputados abre um novo ciclo no bloco, e os novos legisladores designarão o novo presidente da Comissão Europeia
Se estas projeções forem confirmadas pelas pesquisas, o resultado das eleições europeias aumentaria a pressão sobre a coligação de Scholz meses antes das eleições regionais na Alemanha, onde se prevê a vitória da AfD no leste do país. Na Itália, entretanto, as pesquisas de boca de urna – que têm uma ampla margem de erro – indicam que o partido pós-fascista Irmãos da Itália, liderado pela primeira-ministra Giorgia Meloni, estava na liderança com entre 25% e 31% dos votos. A Áustria também mostra vitória do partido de extrema direita FPO na liderança, com aproximadamente 27% dos votos. Na Hungria, as projeções indicavam um resultado sólido da extrema direita. Na Espanha, por outro lado, os conservadores do Partido Popular (PP) estavam ligeiramente à à frente do Partido Socialista (PSOE) do primeiro-ministro Pedro Sánchez. De acordo com a pesquisa de boca de urna, realizada para a televisão pública TVE entre 24 de maio e sábado, o PP obterá entre 21 e 23 assentos (32,4% dos votos), à frente dos socialistas, com 20 a 22 assentos (30,2% dos votos). Já o partido de extrema direita Vox ficou em terceiro lugar com seis eurodeputados.
Com 38 milhões de cidadãos com direito a voto nestas eleições, a Espanha elege 61 dos 720 deputados do Parlamento Europeu. É o quarto dos 27 países que formam o bloco em número de representantes. Esta é a quinta vez que a Espanha participa das eleições europeias desde que o país ingressou na União Europeia em 1986. Em Portugal, a coalizão governamental de direita moderada e a oposição socialista ficaram basicamente empatados nas eleições europeias. As listas da coalizão governamental liderada por um jornalista de 28 anos, Sebastião Bugalho, e da socialista Marta Temido, ex-ministra da Saúde durante a pandemia de covid-19, obtiveram ambas cerca de 30% dos votos, segundo as três projeções divulgadas pelas televisões nacionais. A extrema dirieta, por sua vez, obteve menos votos do que nas legislativas de março, segundo as pesquisas de boca de urna. De acordo com essas sondagens, o partido de extrema direita português Chega! ficaria em torno de 10%, em comparação com os 18% que obteve em março, que colocar fim a oito anos de governo socialista.
A ultradireita também avançou na Bélgica. O maior partido de extrema direita da Bélgica obteve resultados piores do que o esperado. De acordo com as pesquisas de boca de urna, o partido de extrema direita Vlaams Belang conquistou cerca de 22% dos votos em Flandres. Porém, os conservadores do N-VA teriam obtido 25% dos votos. A Bélgica demorou 493 dias para formar um governo de coalizão após as eleições de 2019. Com o aumento do apoio à extrema direita em Flandres e o avanço da esquerda na Valônia, há receios de que esta situação se repita ou que o recorde estabelecido entre 2010 e 2011, quando os políticos demoraram 541 dias para formar um governo, possa até ser superado. Os búlgaros também optaram pelos conservadores nas eleições. Diante da queda do apoio a uma coalizão reformista, o partido conservador Gerb, do ex-primeiro-ministro Boiko Borisov, obteve entre 26 e 28% dos votos no país mais pobre da União Europeia.
Apesar do destaque para a direita, alguns partidos de esquerda também se destacaram nas eleições deste domingo. Eles avançaram nos avançaram nos países nórdicos, onde a extrema direita retrocedeu. Na Finlândia, o partido de esquerda Aliança obteve um avanço espetacular com 17,3% dos votos, quatro pontos a mais do que em 2019, segundo resultados baseados na apuração de 99% das cédulas. Assim, o partido conquistará 3 dos 15 assentos reservados à Finlândia no Parlamento Europeu, em comparação com apenas um nas eleições anteriores. O Partido dos Finlandeses, de extrema direita e membro da coalizão governamental, caiu para 7,6%. Na Suécia, o Partido de Esquerda sueco também subiu 4 pontos percentuais, para 10,7%, enquanto os Democratas Suecos, de extrema direita, caíram 1,4 pontos, para 13,9%. Os sociais-democratas suecos mantêm sua posição e permanecem na liderança com 23,1%. Na Dinamarca, em um cenário político muito fragmentado, o Partido Popular Socialista lidera e sobe 5,2 pontos em relação a 2019, com 18,4%, segundo uma pesquisa de boca de urna do canal público DR. O Partido Social-Democrata, que lidera a coalizão governamental, recua para 15,4%.
*Com informações das agências internacionais -JovemPan