De janeiro a setembro deste ano, os ladrões tomaram de proprietários cinco veículos por dia na Grande Cuiabá. A polícia recuperou pouco mais da metade desse total. Nos nove primeiros meses deste ano, foram registrados 1.578 casos, entre roubo (onde existe emprego de violência) e furtos. O foco dos bandidos são as picapes importadas – 118 roubadas na Grande Cuiabá – e o Fiat Uno, líder de furtos, com 103, além das motocicletas – com 679 levadas pelos bandidos. Os dados são da Delegacia de Repressão a Roubos e Furtos de Veículos (DERRFVA).
Segundo o delegado Roberto Amorim, titular da DERRFVA, com a desarticulação de uma quadrilha especializada em desmanche de carros, em agosto, houve uma inversão em relação aos carros visados pelos bandidos. No início do ano, os furtos de Fiat Uno eram preocupantes e diminuíram no segundo semestre. Os ladrões, então, passaram a roubar picapes importadas.
O delegado explicou que o Fiat Uno é o carro mais procurado pelos ladrões, que os “depenam” (retiram os acessórios) e os abandonam em seguida. Esses equipamentos – ar-condicionado, bancos, painel, rodas, vidros – são vendidos a lojas de acessórios usados. Os bandidos já disseram que lucram o dobro, caso revendessem o carro inteiro.
Em contrapartida, as picapes importadas viraram alvo dos bandidos nos últimos meses. No início deste mês, os ladrões roubaram várias Hiluxs, sendo três num único dia. “Como desarticulamos quem furtava carros para serem desmanchados, os ladrões estão roubando picapes para levá-las para a Bolívia”, observou o delegado.
Com o cerco aos desmanches na Grande Cuiabá, os ladrões de carros voltaram a roubar picapes. Os policiais da DERRFVA descobriram que os assaltantes estão roubando Hilux, L 200 e Pajero e levando-as para a Bolívia.
“Como os ladrões não encontram quem desmancha por aqui, estão levando-as para a Bolívia. A picape está valorizada e a droga em baixa (por causa da cotação em dólar”, lembrou o delegado. Diante da constatação, Amorim informou a polícia da fronteira – Gefron – e o próprio Exército sobre a movimentação de picapes roubadas na fronteira.
As motocicletas, no entanto, continuam na mira dos bandidos. Foram 679 delas tomadas pelos bandidos de janeiro a setembro. A Honda CG 125 é a motocicleta mais cobiçada – foram 120 delas, furtadas nesse período, que teve o registro total de 477 furtos.
Policiais plantonistas explicaram que a maior parte desses furtos ocorre por descuido da vítima. Elas estacionam as motocicletas em locais impróprios ou por muito tempo. “Sem falar que tivemos casos de furto no qual a vítima deixou a chave no contato porque iria ficar parado por poucos minutos”, explicou um policial.
DC