Um homem ficou ferido e duas pessoas foram detidas em uma operação da Polícia Militar na favela da Rocinha, em São Conrado, na zona sul do Rio. A ação, que envolveu cerca de 100 homens de três batalhões, contou com o apoio do Batalhão de Operações Especiais (Bope).
De acordo com os moradores, os fogos soltados pelos olheiros do tráfico seguidos de rápida troca de tiros acordaram a favela por volta das 6 horas. “Nós apoiamos a ação da polícia, mas não achamos o horário apropriado. Novamente recebemos notícias de agressões e um trabalhador ficou ferido”, disse o líder comunitário Wiliam Oliveira. A PM apreendeu cinco quilos de maconha, cinco motos e sete carros roubados.
O guardião de piscinas Adriano de Campos Chagas, de 29 anos, foi atingido com um tiro na coxa próximo a sua casa, na localidade da favela conhecida como Roupa Suja, onde se concentrou a operação policial. Na mesma região, um menor foi detido após correr dos policiais.
Em um dos acessos à Rocinha, policiais militares prenderam Rosângela Pereira da Rocha, de 25 anos. De acordo com os PMs, ela levava um envelope de Sedex endereçado para o marido com uma carta que contava sobre a presença do Bope na favela.
De acordo com a Secretaria Municipal de Educação, as três escolas no interior da favela ficaram fechadas e 2,4 mil crianças ficaram sem aulas. Os serviços de coleta de lixo e manutenção de luz também foram suspensos. O comércio funcionou normalmente.
Alheios a operação, turistas holandeses passeavam pela favela com um guia argentino. “Quero ver como as pessoas no Rio vivem. Não tenho medo de nada, porque estamos sendo guiados e não devo nada a polícia”, ironizou a terapeuta holandesa Elizabeth Van Ryn, de 41 anos. “Não queremos ver apenas o lado bonito. Queremos saber sobre todos os aspectos do Rio”, disse a guia de turismo holandesa Francis Wouters, de 35 anos.
O guia de turismo argentino Gerardo Millone se irritou com o assédio dos jornalistas sobre o grupo e garantiu que ninguém corria riscos. “Levo turistas para a Rocinha há oito anos. Tenho meus contatos e eles me avisam se o clima está tranqüilo. Esta é uma visita de interesse social”, disse.
Fumacê
Uma operação da Delegacia de Repressão a Armas e Explosivos (Drae) na Favela do Fumacê, em Realengo, na zona oeste, deixou três supostos traficantes mortos, entre eles Thiago Bezerra da Silva Gomes, o Thiaguinho, acusado pela morte da estudante Juliana Pereira da Silva, em abril, e pelo assassinato do inspetor da Polícia Civil Antônio Carlos Ferreira, em maio.
Juliana foi morta quando o carro passou pela favela durante um tiroteio entre criminosos. O inspetor foi executado ao ser identificado como policial durante um assalto.