O temor de uma continuidade no declínio dos investimentos estrangeiros é palpável, levantando dúvidas sobre a capacidade do Brasil de se posicionar como um destino atrativo para o capital internacional nos próximos anos.
Durante o primeiro ano do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, o Brasil experimentou uma redução significativa nos investimentos estrangeiros diretos, contrariando as previsões otimistas que acompanharam o retorno do presidente ao poder. De acordo com dados publicados pelo Banco Central e citados pelo Estadão em 5 de fevereiro de 2024, houve uma diminuição de 17% nos aportes externos, alcançando um montante de US$ 61,95 bilhões, o valor mais baixo desde o ano de 2021. Esta queda desafia a visão promovida pelo governo de que a economia brasileira estaria em um caminho de recuperação e reabertura no cenário internacional.
Um levantamento realizado pela PwC, apresentado no Fórum Econômico Mundial em Davos, evidenciou um recuo na posição do Brasil como destino de investimentos estratégicos, onde o país agora ocupa a 14ª posição. Esse resultado sinaliza uma perda de confiança por parte dos investidores internacionais, motivada em parte pelas políticas adotadas pelo governo atual, que remetem a uma versão de “capitalismo de Estado” vista em períodos anteriores. Essas políticas incluem intervenções governamentais em empresas e setores chave da economia, além de alterações em marcos regulatórios essenciais, aspectos que geram incerteza e preocupação quanto à direção econômica do país.
A narrativa governamental de reativação e progresso econômico sob o lema “o Brasil voltou” parece não se alinhar com a realidade dos fatos, conforme observado pelos dados de investimento estrangeiro e pela reação do mercado global. O temor de uma continuidade no declínio dos investimentos estrangeiros é palpável, levantando dúvidas sobre a capacidade do Brasil de se posicionar como um destino atrativo para o capital internacional nos próximos anos.
A discrepância entre o otimismo do governo e os indicadores econômicos atuais sugere a necessidade de revisão nas estratégias de atração de investimentos, com foco em restaurar a confiança dos investidores internacionais através de políticas que garantam estabilidade, previsibilidade e um ambiente de negócios favorável. Este cenário sublinha a importância de alinhar as expectativas governamentais com as condições reais do mercado e as demandas dos investidores globais.
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