Em 2024, já foram registrados mais de 200 mil casos da doença; Acre, Minas Gerais e o Distrito Federal decretaram estado de emergência
O Ministério da Saúde inicia neste sábado, 3, em Brasília, as reuniões no Centro de Operações Emergências (COE) para monitorar a situação da dengue no país. Só neste começo de 2024 já houve registro de mais de 200 mil casos no país, e dois estados, Minas Gerais e Acre, e o Distrito Federal, precisaram decretar situação de emergência devido à epidemia da doença. Na quinta-feira, 1, durante o anúncio do centro para controle, a ministra da saúde, Nísia Trindade, reforçou que a atuação será coordenada com estados e municípios, e permitirá uma análise minuciosa, porém ágil, dos dados e das informações para subsidiar a tomada de decisão e definição de ações adequadas e oportunas para o enfrentamento dos casos. “A mensagem é de mobilização nacional, de união de esforços com estados e municípios. De um Brasil unido contra a dengue. Nós estamos, desde novembro, com uma série de ações para monitorar o avanço da doença”, declarou. Os casos de dengue no Brasil já vinha em crescimento nos últimos anos. Em 2022, pela primeira vez, o país ultrapassou mil mortes pela doença. Em 2023 foram 1.079 mortos, número superior ao ano anterior.
Esse epidemia tem se feito presente em várias regiões do Brasil. É esperado que a ministra da saúde faça um pronunciamento em cadeia nacional de rádio e televisão para falar sobre a situação da doença. As ações emergenciais do COE devem durar até abril. A cidade do Rio de Janeiro está enfrentando uma nova epidemia de dengue, sendo esta a sexta registrada nos últimos 38 anos- a cidade enfrentou epidemias de dengue em 1986, 1991, 2002, 2008 e 2012. A prefeitura anunciou medidas para conter o avanço da doença, que está afetando principalmente a Zona Oeste. No primeiro mês deste ano, foram registrados 10.156 casos de dengue, quase metade do total do ano passado. Além disso, janeiro também registrou o maior número de internações por dengue desde 1974, com 362 hospitalizações. Até o momento, não há mortes confirmadas, mas três óbitos estão sendo investigados. Esses dados surpreenderam, uma vez que o pico da doença costuma ocorrer em março ou abril. Desde 1996, janeiro de 2022 foi o terceiro pior mês de janeiro em relação aos casos de dengue. São Paulo, por sua vez, já registrou mortos. Segundo a última atualização dos dados do Centro de Vigilância Epidemiológia (CVE), foram sete mortes por dengue. Contudo, o número diverge do que foi divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde, que fala em quatro mortos pela doença.
Como mostrou a reportagem da Jovem Pan, na próxima, o Ministério da Saúde vai começar a distribuir as vacinas contra a dengue. O diretor do Programa Nacional de Imunizações, Eder Gatti, afirmou que as regiões com maior incidência da doença terão prioridade no recebimento das doses. Ao todo, 521 municípios serão contemplados com o imunizante, que será aplicado em crianças e adolescentes de 10 a 14 anos. O governo espera receber mais 500 mil doses da vacina, além do primeiro lote de 750 mil unidades entregue em janeiro. A orientação do Ministério da Saúde é seguir as diretrizes da Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização e da Organização Mundial da Saúde, que recomendam a vacinação prioritária de crianças e adolescentes entre 6 e 16 anos. No entanto, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, alertou que a vacina não é a solução para o combate à dengue e ressaltou a importância de eliminar os focos do mosquito transmissor.