Em meio à maior crise moral de sua história, o Corinthians elege nesta terça-feira seu novo presidente. Concorrem ao mandato-tampão, fruto da renúncia de Alberto Dualib, Andrés Sanches, Paulo Garcia e Osmar Stábile.
Os três conselheiros candidatos têm história no clube que se entrelaçam com as trajetórias de Dualib e Nesi Curi, vice que também renunciou.
O período de gestão se encerra em fevereiro de 2009. O novo presidente corintiano terá a dura missão de revitalizar a imagem do clube, abalada pelo processo na Justiça Federal em que Dualib e Curi são réus por lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.
A ação é resultado de investigação da Polícia Federal e do Ministério Público Federal sobre a parceria com a MSI.
O ex-presidente também é acusado por comissão de conselheiros de irregularidades em sua gestão. Aliado a isso, o novo mandatário vai se deparar com um time lutando para não ser rebaixado no Brasileiro.
O favorito para assumir o cargo é Andrés, do grupo Renovação e Transparência. A história dele passa diretamente por Nesi, que comandou nos últimos 14 anos o futebol de base.
Andrés chegou a diretor de futebol amador em 1994. Em 2002, quando Nesi virou vice eleito, ele se tornou vice de esportes terrestres e conselheiro vitalício pela mão de Dualib. Em 2004, formou grupo de oposição a Dualib, que o chamou, depois, para a viagem à Europa que definiu a parceria.
Após acordo com Dualib, Andrés virou vice de futebol em substituição a Antonio Roque Citadini, em 2005. Nos grampos feitos pela PF, ele aparece combinando o que falar em depoimento à polícia com Nesi.
Também mostra relação estreita com Kia Joorabchian, presidente da MSI. No pleito de hoje, Andrés tem o apoio de Nesi e Dualib. É apoiado também, não oficialmente, pelo grupo Ação Corinthiana, dos conselheiros Flávio Adauto e Edgard Soares e pela ex-presidente do clube Marlene Matheus.
Paulo Garcia, que tem o apoio de Citadini e Rubens Approbato, também é citado nos grampos. Segundo Dualib, ele defende a existência de caixa dois no clube. Garcia se tornou conselheiro vitalício em 2002, também por indicação de Dualib. Isso encerrou uma disputa de sua família com o ex-presidente que durou oito anos.
Paulo é filho de Damião, que nas décadas de 80 e 90 foi inimigo de Dualib. Pouco antes de ser afastado do cargo, Dualib se aproximou de Garcia e chegou a dizer que ele assumiria a vice-presidência de futebol.
Osmar Stábile não aparece nos grampos da PF, mas foi pelas mãos de Nesi e Dualib que ganhou notoriedade. Virou conselheiro em 2002 e, neste ano, indicado por Dualib, tornou-se vitalício. Foi vice de esportes terrestres, mas pediu demissão com a crise no clube.
Ele rachou com membros do Ação Corinthiana, grupo do qual faz parte, porque insiste em ser candidato. O bloco queria que ele abrisse mão da disputa em favor de Andrés.
FOl