A dívida interna do país aumentou R$ 17 bilhões no mês de junho e chegou a R$ 1,016 trilhão. O crescimento foi resultado dos R$ 10,5 bilhões de juros para rolar a própria dívida e da emissão líquida de R$ 6,5 bilhões em títulos públicos, depois de dois meses consecutivos em que os resgates superaram as emissões.
Os números foram anunciados hoje (24) pelo coordenador de operações da dívida pública do Tesouro Nacional, Manuel Augusto Silva. Ele disse que, apesar de a dívida ter voltado para um patamar superior a R$ 1 trilhão, está abaixo do intervalo previsto pelo Plano Anual de Financiamento (PAF): entre R$ 1,13 trilhão e R$ 1,20 trilhão.
Segundo Silva, houve “considerável melhora” no perfil da dívida pública em relação a maio, por duas razões: diminuíram as incertezas no mercado internacional quanto às taxas de juros do mercado norte-americano e houve indicadores positivos no mercado interno, especialmente com relação ao controle da inflação, que possibilitaram melhores condições para a colocação de títulos.
O coordenador explicou que em junho foram emitidos R$ 41,098 bilhões em títulos, dos quais R$ 22,478 bilhões com remuneração prefixada, ao passo que os resgates chegaram a R$ 34,602 bilhões, sendo R$ 26,477 bilhões com vencimento no mês e R$ 8,124 bilhões com antecipação de compra/troca de papéis com vencimento futuro.
De acordo com Silva, 55% das emissões de junho foram de títulos com remuneração prefixada, 44% em títulos atrelados à taxa básica de juros (Selic) e apenas 1% indexados a índices de preços. Isso faz parte, segundo ele, da estratégia de “não pressionar o mercado”, que vem tendo neste mês comportamento semelhante ao de junho, mas “em condições um pouco melhores”.
A parcela da dívida com remuneração prefixada aumentou de 29,6% para 31,5% no mês, enquanto os títulos atrelados à taxa Selic caíram de 44,1% para 42,5% e o percentual da dívida atualizada por índices de preços manteve-se estável: 21,9% para 21,7%. A parcela atualizada pela taxa de câmbio atualmente é bem pequena. Mesmo assim, caiu de 2,46% para 2,29%, em razão da valorização do real frente ao dólar, que foi de 5,9% em junho.
O coordenador revelou que o prazo médio das emissões em ofertas públicas passou de 33 meses, em maio, para 30,2 meses em junho, por causa da elevada participação dos títulos de prazo mais curto (Letras do Tesouro Nacional) no volume total das colocações, representado 52,1% do total emitido. Com isso, a dívida com vencimento até 12 meses aumentou de 40,09% para 41,13% no mês, o que corresponde a R$ 417,97 bilhões.