Numa parceria com a Sociedade Médica Brasileira de Acupuntura, a prefeitura de Várzea Grande passa a oferecer 20 sessões semanais de acupuntura na rede pública municipal de saúde. O atendimento é realizado no Centro de Especialidades Médicas (CEM) – mais conhecido como “Postão”, que fica no centro da cidade. Indicada para o tratamento de diversas doenças, a técnica chinesa de estimulação por agulhas é oferecida gratuitamente à população. Os pacientes que fazem as sessões são indicados por médicos de outros postos do município.
Segundo a coordenadora do projeto, a médica Isabel Cristina da Silva, a acupuntura não é esoterismo nem terapêutico alternativo. É uma especialidade médica usada para o tratamento de diversas enfermidades, como dor crônica, encefaléia e ansiedade. “Seguimos a neurofisiologia, que está ligada a saúde do cérebro. Também fazemos a neuromodulação, a qual consiste no implante de aparelhos que, ao causar pequenos choques elétricos em áreas bem delimitadas do corpo, controlam doenças para as quais não há remédio. Sendo assim, trabalhamos as agulhas no ponto certo que libera os neurotransmissores”, explica. São esses ponto que liberam endofinas, encefalinas e dirofinas, substâncias que produzem a sensação de bem estar no corpo humano.
A médica afirma que a idéia é popularizar a acupuntura em Várzea Grande e na grande Cuiabá. A especialidade é milenar e existe no país desde a década de 40, mas na maioria das vezes é elitizada – uma consulta custa cerca de R$ 100, sendo o mesmo valor por cada sessão. Agora, no entanto, com a parceria da prefeitura municipal, usuários do sistema municipal de saúde poderão ter acesso aos benefícios da especialidade médica.
Os atendimentos no Postão de Várzea Grande são realizados por 30 médicos, todas as sextas-feiras à tarde. Os clínicos envolvidos já possuem especialização; são 16 da grande Cuiabá e 14 do interior do Estado e até de Rondônia. “São médicos atuantes e que buscam sempre o aperfeiçoamento”, destaca Isabel.
A coordenadora lembra que a especialização em acupuntura leva dois anos – sendo que no primeiro, o médico estuda filosofia orientar. Só depois parte para a prática. O diretor do CEM, Marcelo Costa, explica que não há prazo para o término da parceria, por isso haverá, constantemente, as 20 vagas semanais. “Caso algum paciente termine as sessões, outro será atendido. E sempre com recomendação de outro médico”, ressalta.