O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, tentou na quinta-feira aproximar-se de líderes da esquerda latino-americana, com visitas a Bolívia e Venezuela.
Ahmadinejad disse que os dois países, entre outros governados pela esquerda na região, como Cuba, Nicarágua e Equador, estão unidos com o Irã num movimento revolucionário global.
“Quando ficamos juntos, sem dúvidas multiplicamos nossas forças”, disse ele em discurso em Caracas, ao lado do presidente Hugo Chávez.
Confrontado por potências do Ocidente devido ao seu programa nuclear, o Irã vem conquistando influência junto à esquerda antiamericana que avança na América Latina.
Nesta semana, na Organização das Nações Unidas (ONU), Ahmadinejad defendeu o direito do seu país à energia nuclear, enquanto alguns países debatem a imposição de um terceiro pacote de sanções contra o Irã por sua recusa em suspender o programa atômico.
Teerã garante que seu objetivo é gerar eletricidade com fins civis, ao invés de desenvolver armas nucleares, como acusam os Estados Unidos e outros. Washington não descarta uma ação militar contra o Irã.
Chávez, que diz acreditar no caráter pacífico do programa nuclear iraniano, elogiou o visitante por se portar como um bravo estadista na luta contra o “império” norte-americano. “Sentimos como se você fosse nosso representante”, afirmou.
O presidente boliviano, Evo Morales, também despejou elogios sobre Ahmadinejad, o que certamente vai irritar Washington.
“A Bolívia tem o direito de manter relações diplomáticas com a América Latina, a Europa, a África e o Oriente Médio.
Nunca vamos promover uma guerra, mas não vamos aceitar que em nome da paz os critérios do mais forte prevaleçam”, disse Morales, em aparente alusão aos EUA.
A cooperação Bolívia-Irã ainda é incipiente, mas os dois governos decidiram preparar um plano de cooperação industrial com duração de cinco anos e investimentos de 1 bilhão de dólares, além de gastos de 100 milhões de dólares em tecnologia, comércio e promoção industrial, segundo Alex Contreras, porta-voz de Morales.