Imagens de satélite mostram que 88 favelas cariocas fotografas em 2002 e em 2007 tiveram uma expansão equivalente ao surgimento de mais de quatro novas favelas de Santa Marta nesse intervalo, indica um trabalho encomendado pela Firjan (Federação da Indústria do Estado do Rio de Janeiro).
“Para dar uma idéia da expansão total, o crescimento de 250.279 m² é equivalente a mais de 4 vezes e meia a área ocupada pelo Morro Santa Marta em 2007 ou 30 campos oficiais de futebol”, diz o estudo da Firjan.
No total, foram analisadas, 219 favelas – o equivalente a 29,2% das 750 cadastradas oficialmente na cidade.
Embora nem todas tenham apresentado uma expansão de área, os autores do estudo ressaltam que as imagens não captam com precisão o crescimento vertical das favelas.
“O trabalho não identificou o adensamento nem o crescimento vertical, que é visível a olho nu”, disse a diretora de Desenvolvimento Econômico da Firjan, Luciana de Sá.
Mesmo nas favelas em que as imagens não apontam uma expansão na área, portanto, pode ter havido um adensamento das construções.
Segundo Sá, o objetivo do trabalho é “alertar” o poder público e a sociedade para o fenômeno da expansão desordenada das favelas.
Uma das preocupações destacadas no estudo diz respeito ao impacto ambiental dessa ocupação, principalmente quando ela ocorre nas encostas, o que é freqüente.
De acordo com o trabalho, 101 das 750 favelas do Rio estavam a até 400 metros de uma unidade de conservação ambiental e, em alguns casos, até mesmo dentro delas.
“Chama atenção que 17 (das 101) delas estavam total ou parcialmente inseridas nestas unidades”, diz o estudo.
O estudo faz parte do Mapa do Desenvolvimento do Estado do Rio de Janeiro, inciativa lançada no ano passado e coordenada pela Firjan para promover o desenvolvimento socioeconômico do Estado.
O Mapa destaca a necessidade de organizar a ocupação do espaço urbano para melhorar a qualidade de vida e elevar as taxas de crescimento da cidade e do Estado do Rio de Janeiro.
A Firjan defende uma ação articulada das diversas esferas de governo para evitar a expansão desordenada de favelas. A instituição propõe um projeto-piloto para a construção de moradias populares em “terrenos ociosos e vazios urbanos infra-estruturados” como ao longo da Avenida Brasil.