Yury do Paredão defende pautas do governo e já apareceu em fotos com Lula e ministros
O deputado Yury do Paredão (CE), membro do Partido Liberal (PL), está enfrentando um processo de expulsão solicitado pelo presidente nacional da legenda, Valdemar Costa Neto. A solicitação foi encaminhada ao diretório do partido no Ceará. Apesar de pertencer à mesma legenda do ex-presidente Jair Bolsonaro, Yury tem defendido pautas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e foi flagrado em fotos ao lado do petista, além de ter viajado com ministros do governo.
Valdemar afirmou que Yury parece não compartilhar dos ideais do Partido Liberal. Essa declaração recebeu críticas do líder da oposição na Câmara, Carlos Jordy (PL-RJ), que argumentou que Valdemar estaria agindo de acordo com os desejos do próprio Yury. Jordy sugeriu que a melhor alternativa seria manter Yury no partido, mas sem conceder-lhe benefícios, como comissões, fundo partidário ou participação em diretórios, transformando-o em uma figura irrelevante dentro do PL.
Nos últimos meses, Yury tem mostrado apoio ao governo Lula, ressaltando conquistas da atual gestão e estabelecendo alianças com petistas no Ceará. A tensão entre o deputado e os colegas de partido começou em maio, quando ele publicou uma foto ao lado de Lula e do ministro da Educação, Camilo Santana, ex-governador do estado. Essa atitude provocou uma resposta indireta do deputado André Fernandes (PL-CE), um dos mais atuantes tanto na Câmara quanto no estado, que defendeu a expulsão de Yury do partido, argumentando que quem “se honra” em receber Lula não merece permanecer no PL. Apesar do episódio, Valdemar optou por mantê-lo na legenda, enquanto Yury continuou demonstrando apoio ao governo, inclusive votando a favor da medida provisória dos Ministérios, indo contra a orientação do partido. Recentemente, ele viajou ao lado dos ministros Waldez Góes (Desenvolvimento Regional) e Paulo Pimenta (Comunicação Social) para a inauguração de um novo sistema da transposição do rio São Francisco em Salgueiro (PE).
Internamente, membros do PL afirmam que parlamentares como Yury do Paredão estão prejudicando o partido, enquanto questionam a liderança de Valdemar na maior bancada da Câmara, composta por 99 deputados. Na reforma tributária, por exemplo, um em cada cinco parlamentares votou a favor da pauta, mesmo com a oposição tanto do partido quanto de Bolsonaro. Esses congressistas estão incomodados com o fato de o PL fazer parte de uma direita “genuína”. Yury não votou na reforma, pois tirou uma licença de quatro meses para tratar de assuntos pessoais e não recebe remuneração durante esse período. Em seu lugar, assumiu a ex-vereadora de Fortaleza Priscila Costa, apoiadora de Bolsonaro e com a pauta antiaborto como uma de suas prioridades.
Caso seja expulso pelo partido, Yury manterá seu cargo como deputado e poderá migrar para outra legenda. Nesse cenário, ele perderia apenas a capacidade de participar das comissões às quais foi designado pelo PL. Atualmente, ele é membro titular da Comissão de Turismo e da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos esquemas de pirâmide, além de suplente na Comissão de Finanças e Tributação.
Com informações do Pleno News.