quinta-feira, 07/11/2024
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Militares ucranianos apoiam a legalização da cannabis medicinal para feridos e veteranos

Grupo acredita que planta pode ajudar em dores crônicas e no tratamento do transtorno de estresse pós-traumático

Um grupo de militares da Ucrânia pediu ao Parlamento do país que legalize o uso medicinal da cannabis, destinado aos feridos no front e a veteranos, com a expectativa de que seja votada uma lei que o aprove, com o apoio do presidente do país, Volodymyr Zelensky, após várias tentativas frustradas. “Lamentavelmente, por causa da invasão russa, cerca de 4 milhões de pessoas mais irão precisar de ajuda médica baseada na cannabis medicinal, cujo uso é proibido atualmente na Ucrânia, além dos dois milhões que sofrem de doenças oncológicas e outras graves”, disse Inna Ivanenko, diretora-executiva da ONG Pacientes da Ucrânia. Os militares realizaram evento que contou com a participação de integrantes na ativa do exército, que explicaram as razões para defender a legalização da cannabis medicinal na Ucrânia, que se juntaria aos mais de 50 países que já regulamentaram o uso. “É absurdo que ainda não se tenha acesso à cannabis medicinal, que não tem efeitos narcóticos e poderia me ajudar a aliviar a dor incapacitante”, disse Olexandr Yabchanka, ex-assessor do Ministério da Saúde da Ucrânia e médico militar.

Yabchanka relatou que sofre com dores constantes, após sofrer um ferimento, relativamente, de menor gravidade há mais de um mês. Isso o impede de executar suas tarefas como soldado, reduz sua qualidade de vida e não pode ser aliviada com outros medicamentos. “Ainda assim, minha dor não é nada em comparação com a de quem amputou membros ou sofreu ferimentos graves”, disse Yabchanka.  O soldado de brigada Mykhailo Bakaliuk, que perdeu a perna devido à explosão de uma mina terrestre, compartilhou no Facebook o relato de sua situação atual. “Tenho terríveis dores físicas e fantasmas (após a amputação de um membro). O uso de analgésicos não as elimina, apenas ameniza durante pouco tempo”, postou no Facebook o militar. O soldado da brigada 47 do exército ucraniano argumentou que o uso da cannabis medicinal como analgésico reduziria de maneira significativa a sensação de dor e reduziria o efeito destrutivo sobre todo seu organismo.

Além de aliviar as dores físicas, o acesso legal à cannabis também ajudaria a lidar com o transtorno de estresse pós-traumático que tem quem tenta voltar à vida civil, quem vive o horror da guerra por testemunhá-la, dizem os militares. “Os psicólogos, que têm que dar suporte a soldados com estresse, estão fracassando. Sem alternativas, como a cannabis medicinal, muitos buscam a outra mais fácil e mais destrutiva, o álcool”, lamentou Igor Kholodylo, que é militar e psicólogo. Vyacheslav Zhukov, um dos coautores do projeto de lei, afirmou que os veteranos ucranianos e os soldados feridos não podem ter uma reabilitação completa na Ucrânia e são obrigados a deixar o país para ter acesso à cannabis medicinal. Ele também afirmou que o texto, apresentado pelo governo da Ucrânia ao Parlamento do país, está próximo das opiniões sobre o tema manifestadas por Zelensky. O presidente manifestou apoio à legalização, com uma pesquisa científica apropriada e a produção supervisionada na Ucrânia”, em discurso proferido no Parlamento em 28 de junho deste ano, quando disse que ajudaria aos ucranianos a tratar “a dor, o estresse e o trauma da guerra”.Playvolume

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Até agora, a legalização havia sido rejeitada no Parlamento, e um projeto de lei não passou em 2021. O texto atual, por sua vez, já está sendo debatido há mais de um ano. A oposição argumenta com estereótipos, que equiparam o uso da cannabis medicinal com a legalização de drogas ilícitas e alegando que pode acontecer um aumento da produção e consumo de drogas na Ucrânia. Ivanenko, diretora-executiva da ONG Pacientes da Ucrânia, garantiu que as chances de legalizar a cannabis são maiores do que nunca, visto que o presidente, o governo, vários parlamentares, o exército e grande parte da população apoiam o projeto. A expectativa é que o texto seja votado na próxima sessão do Parlamento, segundo afirmou nesta quarta-feira o deputado Yaroslav Zhelezniak.

*Com informações da EFE-JovemPAN

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Parmenas Alt
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