Durante quatro horas, quatro homens fortemente armados assaltaram 45 passageiros e o motorista de um ônibus que fazia a linha Cuiabá a Pontes e Lacerda. Os ladrões obrigaram as vítimas a entregar as bolsas com documentos e pertences principalmente celulares. Durante o assalto, os bandidos chegaram a agredir um passageiro acertando-lhe uma coronhada. Ao recolher os objetos ainda reclamaram das vítimas, “que estavam com pouco dinheiro e muita maquiagem”.
O roubo iniciou, por volta das 23h30min cerca de cinco quilômetros após o trevo do Lagarto, onde está localizado um posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Depois do assalto os ladrões desceram do veículo e teriam embarcado num veículo que lhes dava cobertura. O motorista, então, retornou para Várzea Grande e parou na Delegacia Regional onde todos registraram queixa.
Conforme o relato das vítimas, quatro ladrões embarcaram no restaurante da avenida Júlio Campos, que serve como terminal rodoviário. Eles sentaram nos últimos bancos. Ao perceber que já tinham passado do posto da PRF, começaram a render os passageiros.
“Eu estava num dos últimos bancos. A luz estava apagada e levei um grande susto quando um deles bateu na minha cabeça. Então, outro assaltante anunciou o assalto e começou a pegar as bolsas e os demais objetos. Fiquei sem nada. Sem dinheiro e sem documentos. Espero voltar para Vila Bela (da Santíssima Trindade) de qualquer forma”, relatou uma passageira.
Conforme sua narrativa, os ladrões reclamaram que as bolsas tinham pouco dinheiro. “Disseram que as mulheres andam com muita maquiagem e pouco dinheiro na bolsa”.
No final do assalto, um quinto integrante do bando entrou no ônibus para ajudar a levar as sacolas com os produtos roubados. Segundo policiais da Delegacia Regional, a maior parte dos passageiros viaja para Pontes e Lacerda e cidades próximas.
Uma passageira estava irritada na Delegacia. “Escreve aí. As empresas precisam colocar detetor de metais na entrada dos ônibus. Os quatro entraram tranqüilamente sem problema algum”, reclamou.
Com o assalto, o ônibus atrasou a viagem. Os passageiros, que deveriam chegar em Pontes e Lacerda por volta das 6 horas, ainda estavam em Várzea Grande nesse horário. Algumas das vítimas solicitavam cópia da ocorrência para cancelar cheques ou cartões de créditos. Eles esperavam chegar nas respectivas agências bancárias a tempo de sustarem os cheques conseguirem cancelar os cartões.
O roubo está sendo investigado pela Delegacia de Repressão a Roubos e Furtos (Derrf) de Várzea Grande. O delegado Marco Antônio Fonseca nomeou uma equipe para investigar o caso. Os policiais da Derrf acreditam que os bandidos sejam de outra cidade. O chefe de operações, policial civil Edson Leite, informou que procurará as vítimas que moram na Grande Cuiabá para que elas tentem fazer o reconhecimento dos bandidos através de fotografias.
