As escolhas foram feitas através de um júri técnico
Prêmio Jejé de Oyá que acontecerá nesse sábado (29), no Teatro Zulmira Canavarros, a partir das 19h. Durante a cerimônia, personalidades negras escolhidas para essa edição de 2023, receberão estatuetas que levam o nome do principal homenageado. As estatuetas foram produzidas pelo artista mato-grossense Rosylene Pinto. Além das dez personalidades eleitas, outras quatro serão agraciadas com Moções de Aplauso, pelos serviços voltados ao atendimento da sociedade.
O Prêmio Jejé de Oyá tem como objetivo reconhecer os personagens negros de Cuiabá e da Baixada Cuiabana pelas histórias de luta, resistência, produção independente, capacidade criativa, empreendedorismo comercial e cultural, conhecimento educacional científico, merecimento e pertencimento étnico racial-religioso. As escolhas foram feitas através de um júri técnico, onde foram observados pontos relevantes como: sociedade, profissionalismo, competência e comprometimento.
“Para nós é uma grande honrar firmar parcerias iguais a essa como o Prêmio Jejé de Oyá, que tem como principal finalidade relebrar os grandes feitos dessa personalidade histórica da cuiabania. É esse o nosso trabalho e uma das principais premissas da gestão Emanuel Pinheiro. Valorizar quem precisa ser valorizado. A Prefeitura de Cuiabá defende a vida. Defende o ser humano”, destacou o secretário municipal de Cultura, Esporte e Lazer, Aluízio Leite.
O idealizador do prêmio e coordenador do evento, Jeferson Bertoloti explica que, para uma melhor interação com o público, foram criados dois tipos de rechecimento: um que elege de quatro a cinco protagonistas negras destaques e outro, que premia através de indicação e escolha dos jurados, dez pessoas negras notáveis em dez categorias. “Tudo isso é uma forma de escancarar para nossa sociedade que o povo negro da capital existe, resiste, ocupa, está em vários lugares, faz e acontece em todo canto de Cuiabá e região”, destacou Bertoloti.
“Mais um ano em que honraremos mais pessoas negras que são destaques nas suas áreas de atuação, que são protagonistas, que contribuem com o desenvolvimento da capital mato-grossense em diversos setores e que tem escrito seus nomes na história de Cuiabá e da Baixada Cuiabana, tal qual Jejé de Oyá fez. A expectativa para o grande dia da entrega da premiação é altíssima. Vamos lotar o teatro! Vamos honrar todo o povo negro que fez muito e continua fazendo”, afirma Jeferson Bertoloti, idealizador e coordenador do prêmio.
Além da entrega, por meio de exposições, as pessoas poderão conferir um pouco da história de Jejé de Oyá, figura histórica da capital. “Assim como os feitos de Jejé, assim será a cerimônia do prêmio: com muita cor, muito ânimo, muita vibração, muitas honrarias, muito agito e muito balanço. Preparamos um grande evento a partir da história e da cultura negra com artistas regionais e que levam o nome de Cuiabá para todo o canto do nosso país”, conta Alex Brito, Figurinista do Prêmio.
Após a cerimônia haverá a Festa Black Podre de Chique no Bar da Lagoa, localizado no Parque das Águas em Cuiabá.
Tanto a cerimônia quanto a festa têm entrada gratuita. Para garantir a entrada nos dois eventos é necessário retirar a pulseira entre às 19h00 e 19h45 no teatro Zulmira Canavarros.
O Prêmio Jejé de Oyá é uma realização do Instituto Themis MT; com produção executiva da Bemtivi Academia de Arte; conta com apoio da Comissão da Igualdade Racial da OAB/MT, do Colégio Fato, da Pró-Reitoria de Cultura, Extensão e Vivência (Procev) da UFMT, da Secretaria Municipal de Cultura e Esporte de Cuiabá, da Assembleia Social de Mato Grosso (ALMT), do Teatro do Cerrado Zulmira Canavarros e Grupo Vanguard, do Bar da Lagoa e Holambelo Cuiabá; conta também com patrocínio da Assembleia Legislativa do Estado de Mato Groso, Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer de Mato Grosso (Secel), Governo de Mato Grosso e de outras instituições que apoiam as ações que valorizam o povo do estado de Mato Grosso.
Jejé de Oyá
José Jacintho Siqueira de Arruda, colunista social, alfaiate e carnavalesco, filho biológico do casal Egídio Nunes de Arruda e Benedita de Siqueira, nasceu em Rosário Oeste em 03 de junho de 1934, ainda criança foi acolhido em Cuiabá na casa de Catarina Monteiro da Silva Cuiabano onde foi adotado por Crescêncio Monteiro da Silva e Luiza Monteiro da Silva.
Figura histórica do carnaval cuiabano desfilou nos bailes, clubes, blocos e avenidas da cidade nos carnavais de 1954 a 2010. Participou de grandes e importantes momentos da história social e política mato-grossense. Jejé como era conhecido desde criança, marcou sua época como símbolo maior da luta contra o preconceito racial e sexual. Ganhou a simpatia da capital sendo eleito em consulta popular do jornal Diário de Cuiabá como a personalidade que tinha a “cara da cidade”, entre outras honrarias públicas foi condecorado como Comendador do Comércio Mato-grossense e após seu falecimento em 11 de janeiro de 2016 em sua residência em Cuiabá o governo do Estado de Mato Grosso sancionou uma lei reconhecendo o decano Jejé de Oyá como Patrono do Colunismo Social Mato-grossense.