A chuva forte que atingiu a capital paulista no início da manhã desta quarta-feira fez com que o Aeroporto de Congonhas ficasse fechado para pousos por uma hora e meia. Segundo a Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), 41 das 59 partidas programadas até as 9h naquele terminal foram canceladas, o que reperesenta 69% do total. Duas sofreram atrasos de mais de uma hora. Como uma das medidas para tentar desafogar o terminal, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) determinou a suspensão na venda de passagens aéreas de vôos com partidas deste terminal. Em boletim oficial, a Infraero informou que dos 630 vôos agendados nos principais aeroportos do País entre a 0h e 10h30 desta quarta-feira, 168 (26,6%) registraram atrasos acima de uma hora e 121 (19,2%) foram cancelados.
O terminal ficou fechado para aterrissagens do horário de sua abertura, às 6h, até as 7h10, segundo a Infraero. A chuva também não permitiu o início da realização do procedimento “grooving”, previsto para ser iniciado nesta quarta-feira. O grooving é uma ranhura no asfalto que aumenta o atrito dos pneus do avião com a pista e escoa a água da chuva. Uma das frentes de investigação do acidente da TAM estuda se a falta dessa etapa na pista principal foi um dos motivos que levou ao maior acidente aéreo brasileiro.
No Rio de Janeiro, os dois principais aeroportos operam com o auxílio de instrumentos. No Aeroporto Internacional Tom Jobim, na Ilha do Governador, de acordo com a Infraero, das 9h30 às 10h40, todos os vôos para o Aeroporto de Guarulhos foram suspensos. No momento a situação foi normalizada e os vôos que estavam parados saem com um espaçamento de dez minutos entre si.
O boletim da Infraero informou que, até as 10h30, foram registrados 19 vôos com atrasos de pelo menos uma hora entre os 60 agendados, ou seja, 31,6%. Outros sete vôos (11,6%) foram cancelados.
Um dos piores casos é o do avião da British Airways, vindo de Londres, que deveria ter pousado em São Paulo, mas foi desviado para o Rio de Janeiro, no aeroporto Tom Jobim. Chegando a capital fluminense, os passageiros foram impedidos de desembarcar. O jato permaneceu parado por pelo menos duas horas.
Atrasos e cancelamentos
O tráfego de aeronaves em Congonhas continua sendo realizado através da pista auxiliar, já que a principal está interditada desde o dia do acidente com a aeronave da TAM, na semana passada. A previsão é de que a pista seja liberada na quinta-feira, de acordo com a própria Infraero.
Também em virtude da chuva que atinge a cidade nesta quarta-feira, a empresa aérea TAM comunicou o cancelamento de 36 vôos operados em Congonhas e o remanejamento de outros 25 vôos para o Aeroporto de Guarulhos (Cumbica), na Grande São Paulo (clique aqui e veja a lista). A companhia pede aos passageiros para que não se dirijam ao aeroporto de Congonhas antes de confirmar o vôo por meio da Central de Atendimento, pelos telefones 4002-5700 ou 0800-5705700.
A companhia Gol também informou que não utilizará Congonhas em caso de chuva. A empresa, responsável por cerca de 40% do tráfego aéreo do País, solicitou na terça-feira que seus clientes adiem suas viagens até segunda-feira, em razão dos “momentos críticos da aviação brasileira”. “A crise que envolve a indústria da aviação no Brasil tem gerado atrasos e transtornos inaceitáveis”, afirmou a Gol em um comunicado.
No Aeroporto Internacional de Guarulhos, segundo a Infraero, das 100 partidas programadas até as 10h30, 17 (17%) tiveram atrasos de pelo menos uma hora e três (3%) foram canceladas.
A Infraero registra, no Aeroporto de Santos Dumont, que até as 14h30, sete vôos com destino Congonhas estão cancelados.
Em Brasília, o aeroporto Juscelino Kubitscheck, registrou atrasos de pelo menos uma hora em 13 dos 30 vôos agendados, ou seja, 43,3%. Outros quatro (13,3%) foram cancelados.
Obras na pista de Congonhas
O superintendente regional da Infraero em São Paulo, Edgard Brandão Filho, admitiu na terça-feira que a pista principal de Congonhas poderá mesmo ser reaberta até quinta-feira, dependendo das condições do tempo.
Segundo ele, os buracos abertos pela perícia para investigar as causas do acidente com o Airbus A320 da TAM e o deslizamento ocorrido na segunda-feira na cabeceira da pista não seriam problemas para a pista voltar a funcionar. Tudo vai depender das condições climáticas, admitiu o superintendente. Durante toda a madrugada, houve movimentação de homens e máquinas no local, mas a Infraero não confirmou se já iniciou os reparos na área afetada pelo Airbus da TAM.