Governo justifica série de viagens dizendo que elas visam reinserir país no cenário internacional
Nos primeiros seis meses de seu mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) realizou dez viagens internacionais, visitando 15 países em quatro continentes. Essas viagens contrastam com a rotina de seu antecessor, Jair Bolsonaro (PL), que, nos mesmos primeiros meses de governo em 2019, esteve em apenas seis países. As estadias de Lula têm chamado a atenção devido aos altos custos para os cofres públicos, com destaque para hotéis luxuosos, como o Steigenberger Wiltcher’s, na Bélgica, que custou mais de R$ 400 mil em apenas dois dias de hospedagem. Apesar de justificar as viagens como prioridade na política externa, o presidente tem enfrentado críticas e cometido gafes, especialmente em relação à geopolítica da guerra na Ucrânia e às ditaduras de países aliados, como a Venezuela.
Durante a cúpula entre a Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e a União Europeia em Bruxelas, Lula se envolveu em uma polêmica com o líder do Chile, Gabriel Boric. O presidente brasileiro criticou Boric por suas opiniões sobre a invasão da Rússia à Ucrânia, insinuando inexperiência política. Boric respondeu afirmando que a guerra era uma agressão inaceitável e que nenhum país poderia desrespeitar o direito internacional. Em outra ocasião, durante uma reunião com presidentes da América do Sul, Lula e Boric divergiram sobre a situação na Venezuela, com o petista defendendo Nicolás Maduro. Lula também gerou insatisfação ao criticar os países da Otan durante uma viagem à China, acusando-os de ajudar a prolongar a guerra na Ucrânia.